Diogo Gaspar Ferreira ouvido na 12.ª sessão do julgamento da Operação Marquês
Arguido foi um dos promotores do resort algarvio Vale do Lobo.
Diogo Gaspar Ferreira, um dos promotores do resort algarvio Vale do Lobo, foi novamente ouvido em tribunal, esta terça-feira, no âmbito da 12.ª sessão do julgamento da Operação Marquês.
A sessão começou com o advogado de Sócrates a dizer que Vítor Pinto veio requerer, na segunda-feira, que os processos fossem julgados conjuntamente. "Requero que o Ministério Público tome uma posição", disse. No entanto, o MP não tomou qualquer posição sobre o assunto.
Diogo Gaspar Ferreira foi questionado sobre se se recordava da altura que Vara saiu da Caixa Geral de Depósitos, tendo o arguido respondido que tal terá acontecido no verão de 2008 e que soube pela comunicação social.
Gaspar Ferreira disse também que nunca propôs que a Caixa Geral de Depósitos entrasse para o capital da sociedade e que essa proposta foi veiculada por carta e por Alexandre Santos e que foi a partir dessa carta que a hipótese foi discutida.
Sobre o projeto Vale do Lobo, o arguido admitiu que foi prejudicado financeiramente e profissionalmente. Contou que teve de vender tudo o que tinha para pagar as dívidas, que seriam no valor de 15 milhões de euros, e que a sua credibilidade ficou em causa. Gaspar Ferreira admitiu também que a dívida nunca chegou a ser totalmente liquidada.
A juíza perguntou a Diogo Gaspar Ferreira sobre as negociações com o BCP: "Sabe se antes da crise os bancos se envolviam em projetos imobiliários como Vale do Lobo?" Face à pergunta, Gaspar Ferreira afirmou que os bancos tinham muito dinheiro e que era importante eles o emprestarem. Acrescentou ainda que Vale do lobo foi um dos projetos mais seguros porque tinha tudo aprovado, por isso não era arriscado para os bancos.
Na sessão, foi exposto o mail da primeira Interação entre Armando Vara e Diogo Gaspar Ferreira. No primeiro mail trata-o por doutor, mas mais à frente passa a tratá-lo por tu.
Diogo Gaspar Ferreira justificou a mudança no tratamento com o facto de Vara ser muito informal e reiterou que só esteve com ele numas reuniões e em algumas festas.
Diogo Gaspar Ferreira vai continuar a ser ouvido na quarta-feira, às 9h30. Horta e Costa também será ouvido.
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