Empresária do Fundão no centro do negócio ilegal da canábis
Teresa Faísca está indiciada por tráfico de droga e branqueamento.
A luso-francesa Maria Teresa Faísca Gelsumini está no centro da operação ‘Erva Daninha’ da Polícia Judiciária. A empresária do Fundão é suspeita de integrar a rede internacional que se dedicava a traficar grandes quantidades de canábis, com elevados níveis de THC (a principal substância psicoactiva das plantas do género). Ao Correio da Manhã, fonte próxima da investigação confirma que Teresa Faísca – como é conhecida – está indiciada por tráfico e branqueamento. A droga seria produzida na empresa da qual é proprietária e gerente e transportada para mercados europeus e africanos através dos canais do comércio lícito da canábis medicinal.
Natural do Fundão, Teresa Faísca emigrou com os pais para França quando tinha apenas um ano. Manteve sempre o “sonho” de regressar à sua terra-natal. Em 2019, cinco décadas após partir, pôde cumpri-lo. Constituiu a empresa Canna Forest – que, de acordo com os dados publicados no Portal da Justiça, tem mais dois sócios: a Future Cascade, Unipessoal Lda., do francês Christophe Bourrier, e a Amanhecer na Seara, Unipessoal Lda., da portuguesa Dora Brito.
Na passada terça-feira, no âmbito da operação ‘Erva Daninha’, a unidade industrial da Canna Forest, localizada na freguesia de Alcaria (Fundão), foi um dos locais visitados no âmbito das mais de 60 buscas realizadas pela PJ em Portugal Continental e na ilha da Madeira. A investigação procedeu ainda a buscas em Espanha, Bulgária e Chipre.
Conduzida pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ (UNCTE/PJ), a investigação começou em 2022, e teve como ponto de partida uma operação ibérica em que foram apreendidos cerca 1 200 quilos de anfetaminas, uma droga sintética que seria proveniente da Ásia.
Teresa Faísca e mais quatro pessoas (portuguesas e estrangeiras) foram detidas. O CM sabe que as suspeitas alargam-se a outros empresários do setor das plantas medicinais ‘made in Portugal’. O inquérito é titulado pelo DCIAP.
A PJ apreendeu 7 300 quilos de canábis e ainda 411 mil euros, 12 viaturas e 11 armas de fogo de diversos calibres.
O Correio da Manhã sabe que as autoridades continuam a seguir o dinheiro proveniente do tráfico de canábis, produzido em Portugal, em contas bancárias em Portugal e no estrangeiro. As autoridades não deixam cair a tese de este negócio pudesse estar a ser usado para financiar grupos e atividades terroristas. Alguns investidores estrangeiros, que, na última década, têm apostado no setor de sucesso instalado em território nacional, estarão na mira da PJ.
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