Enfermeiros mantêm greve de quatro dias para o final de janeiro
Sindicatos consideram que o Governo não correspondeu novamente "à justa reivindicação" do setor.
Os enfermeiros decidiram manter a greve já agendada para este mês, depois de considerarem que o Governo não correspondeu novamente "à justa reivindicação" do setor. A decisão foi tornada pública, esta quinta-feira, depois de uma reunião entre os sindicatos e a ministra da Saúde. A greve cirúrgica vai realizar-se entre 22 e 25 de janeiro.
"Em relação à carreira, o Governo afirma que deu resposta àquilo que é a exigência da enfermagem com a consagração da categoria de enfermeiro especialista. Tudo o resto está muito longe daquilo que é a justa reivindicação: aquilo a que se entenderia de uma carreira justa e valorizada", explicou o sindicalista José Carlos Martins, citado pela Rádio Renanscença
"O Governo não quer abrir a porta para negociar a aposentação mais cedo, mecanismos de compensação da própria penosidade. A carreira vai introduzir, por isso, elementos de injustiça. Neste quadro, iremos manter a greve de 22 a 25 de janeiro. Um dia de greve por região de saúde", rematou.
Na quarta-feira, os sindicatos dos enfermeiros já tinham assumido as baixas expectativas para a reunião desta quinta-feira. Na semana passada, o Governo reuniu-se com os sindicatos de enfermeiros, reunião que resultou em algumas cedências aos profissionais - como a criação da categoria de enfermeiro especialista e o descongelamento das progressões na carreira - mas não em todas as reivindicações sindicais, que exigem também aumentos salariais e a antecipação da idade da reforma.
Estima-se que a greve que terminou no fim de dezembro tenha levado ao adiamento de cerca de oito mil cirurgias programadas, segundo os dados oficiais.
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