ENGENHEIRO PREVIU ACIDENTE

Uma tragédia idêntica à da queda da ponte de Entre-os-Rios só não aconteceu na madrugada de dia 12 em Penacova por sorte. O caso ainda se torna mais grave quando se sabe que o Instituto de Estradas de Portugal (IEP) recebeu uma carta 15 dias antes da cedência do tabuleiro da ponte – por ruptura de um cabo de aço –, a alertar para o degradado estado de conservação daquele equipamento e a propor medidas que salvaguardassem a segurança de quem ali atravessasse.

16 de julho de 2004 às 00:00
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De acordo com o que o CM apurou, dia 30 de Junho, Carlos Ferraz, engenheiro conhecedor do equipamento em causa, informou o Instituto de Estradas de Portugal (IEP), por escrito, de que “a ponte deveria ser totalmente interditada ao tráfego de pesados”. Quanto aos veículos ligeiros, pediu que “fosse limitados aos 30 km/hora”, tendo aconselhado também “o policiamento junto da ponte”, para garantia do cumprimento das acções de emergência sugeridas.

Aliás, este especialista – discípulo do famoso engenheiro civil Edgar Cardoso –, explica que “conhecia bem o estado da ponte”, devido aos estudos que nela estão a decorrer por parte da empresa de que é consultor: “As cargas pesadas exerciam acções muito gravosas na ponte, para as quais esta não estava minimamente preparada”. Revela ainda “ter lá estado três semanas antes do acidente e que a ponte rangia toda à passagem dos pesados”.

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Apesar de não ter sido possível ouvir o IEP até ao fecho desta edição, já que este organismo só se mostrou disponível para responder mediante o envio de questionário via faxe – o que não foi possível devido ao horário de funcionamento daquele organismo –, o CM sabe que a única medida tomada na ponte antes do acidente do dia 12 foi limitar a velocidade de pesados e ligeiros para os 30 km/hora. Nada mais foi feito.

AUTARCA RECLAMA NOVA PONTE

O presidente da Câmara de Penacova reclama a construção de uma nova ponte. Maurício Teixeira Marques diz ao CM: “Diariamente, passavam pela ponte de Penacova centenas de veículos pesados e ligeiros, para além de numerosas pessoas. Agora, têm de fazer cerca de oito quilómetros, a distância até às pontes de Rebouredo e do IP3, únicas alternativas para passar o Mondego nesta zona”. O autarca é de opinião que “os prejuízos causados pelo encerramento da ponte não possam ser contabilizados, mas a situação afecta seriamente Penacova e os concelhos vizinhos, como Poiares, Góis e Pampilhosa da Serra, todos geradores de tráfego considerável que, na sua maioria, tem de atravessar diariamente as duas margens do Mondego. “Com remendos, não vamos a lado nenhum nem servimos as populações”, considera o autarca.

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TUDO POR FAZER NAS PONTES DO ALGARVE

Há cerca de um ano o Correio da Manhã publicou uma lista das pontes em risco e com problemas, elaborada na sequência do levantamento efectuado pelos serviços do Instituto de Estradas de Portugal. Sobre este assunto, o deputado socialista eleito pelo círculo eleitoral de Faro José Apolinário pediu agora esclarecimentos ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação. É que José Apolinário observa que praticamente tudo está por fazer, pelo menos no Algarve.

EN125. Ponte Metálica do Rio Arade - Travessia sujeita a restrições. Prevista intervenção de 500.000 euros.

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EN264. Ponte do Barranco Longo - Intervenção (alargamento e reabilitação geral) concluída.

EN125-4. Ponte da Goncinha - Intervenção (alargamento e reabilitação geral) concluída.

EN125. Viaduto sobre o Rio Gilão - Travessia sujeita a restrições. Prevista intervenção de reabilitação com beneficiação, orçada em 1.750.000 euros.

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EN266. Ponte sobre a Ribeira do Lageado - Ponte está a ser sujeita a uma intervenção de reabilitação e beneficiação. Valor da adjudicação foi de cerca de 115.096 euros.

IP1. Ponte Internacional sobre o Rio Guadiana - Prevista reabilitação, orçada em cerca de 2.250.000 euros.

IC4. Ponte sobre o Rio Arade em Portimão - Prevista intervenção de 2.250.000 euros.

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IC4. Ponte sobre a Ribeira das Boinas - Prevista intervenção de 250.000 euros.

EN266. Pontão sobre a Ribeira do Pé de Cruz - Prevista intervenção de 50.000 euros.

EN266. Pontão sobre a Ribeira de Meia Viana - Prevista intervenção de 50.000 euros.

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EN266. Ponte sobre a Ribeira do Banho - Prevista intervenção de 50.000 euros.

EN266. Pontão do Porto de Lagos - Prevista intervenção de 50.000 euros.

EN120. Ponte sobre a Ribeira de Odeceixe - Prevista intervenção de 500.000 euros.

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