Escutas mostram corrupção
Manuel Palos, então diretor do SEF, recebia dinheiro.
As escutas telefónicas intercetadas pela Polícia Judiciária no âmbito da ‘operação Labirinto’ – na qual se investigavam as relações perigosas e as trocas de favores para a emissão dos vistos gold – permitiram indiciar Manuel Palos, então diretor do SEF, por também ter recebido dinheiro para acelerar processos.
As escutas, ontem reveladas pelo jornal ‘i’, vêm transcritas no despacho da Relação de Lisboa que desagravou as medidas de coação a Manuel Palos. Passou de prisão domiciliária para apresentações semanais, estando ainda proibido de regressar às suas funções no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
A Relação – citando o despacho da primeira instância – diz então que uma conversa entre António Figueiredo, presidente do Instituto dos Registos e Notariado, e Zhu Xaiaodong, um dos empresários investigados, indicia que Palos recebeu parte de uma comissão de cinco mil euros. O ex-diretor do SEF nega-o, e garante que as únicas prendas que alguma vez recebeu foram garrafas de vinho, que entendeu serem meros atos de cortesia.
O despacho dá ainda conta de que Miguel Macedo, então ministro da Administração Interna, poderá ter cometido o crime de prevaricação. O então governante, que se demitiu em novembro, terá também tentado favorecer amigos próximos e empresários chineses. Também há indícios de que os empresários chineses foram clientes de Macedo no seu escritório de advocacia.
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