Extraditado alegado líder de grupo que usou empresas de canábis medicinal para tráfico

Segundo um comunicado da PJ, "o suspeito, de 48 anos, foi detido nos Países Baixos" no seguimento de uma investigação iniciada em 2002.

12 de setembro de 2025 às 13:31
PJ Foto: Sérgio Lemos
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Um homem suspeito de ser um dos "principais líderes" de um grupo criminoso que se infiltrou em empresas de canábis medicinal para traficar droga foi extraditado na quinta-feira para Portugal, anunciou esta sexta-feira a Polícia Judiciária (PJ).

"O suspeito, de 48 anos, foi detido nos Países Baixos e extraditado, ontem [quinta-feira], para Portugal", refere, em comunicado, a força policial.

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Segundo a PJ, o homem foi localizado e detido no âmbito de uma "operação policial internacional" com a participação da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes e da Unidade de Cooperação Internacional da instituição portuguesa.

O suspeito vai ser esta sexta- feira apresentado a tribunal para ser interrogado e conhecer as medidas de coação.

A ação surge quase quatro meses depois de, a 20 de maio, a PJ ter detido cinco pessoas e apreendido 7,3 toneladas de canábis e 411 mil euros no âmbito da operação "Erva Daninha", que incluiu 64 buscas no continente e na Madeira, seis em Espanha, uma na Bulgária e outra no Chipre, divulgou então a força policial.

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A investigação começou no início de 2022, no âmbito de cooperação com as autoridades espanholas e tinha, numa primeira fase, culminado na apreensão de "um total de cerca de 1.200 quilos de anfetaminas (3-CMC e 3-MMC)".

"Na sequência das investigações, foi possível determinar que uma organização criminosa, constituída por cidadãos nacionais e estrangeiros, após proceder à aquisição de empresas farmacêuticas, [se infiltrou em] diversas sociedades comerciais licenciadas para o comércio por grosso, importação e exportação de canábis medicinal", adianta esta sexta-feira a PJ.

Aproveitando "falhas e vulnerabilidades do sistema de fiscalização e controlo de exportação de canábis medicinal" em Portugal, o grupo terá então enviado "milhares de quilos" de droga para "mercados ilícitos" na Europa e em África.

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O inquérito é titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e a investigação prossegue.

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