Gondomar paga milhões devidos à EDP há 37 anos
Tribunal de Contas aprova empréstimo do Município para regularizar a dívida de 1982 com perdão de 20 milhões.
Conseguimos resolver um problema com mais de três décadas". O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, revelou esta quinta-feira que o Tribunal de Contas (TdC) concedeu o visto ao pedido municipal de empréstimo para liquidar a dívida à EDP, que remonta a 1982. No acordo com a elétrica nacional, a autarquia alcançou um ‘perdão’ de 20 milhões de euros. Vai, agora, pagar apenas 28,8 milhões.
O TdC tinha rejeitado a primeira proposta de empréstimo apresentada pela câmara, após acordo com a EDP, em 2017. Já em dezembro do ano passado, a autarquia apresentou novos argumentos, em resposta às reservas indicadas. Recebeu parecer positivo na quarta-feira.
Em 1997, a Câmara de Gondomar, então liderada por Valentim Loureiro - hoje vereador independente -, acordou com a elétrica o pagamento de uma dívida de 70 milhões de euros. Previa que, ao longo de 20 anos, fossem pagos 21 milhões, sendo a última prestação a do valor restante, ou seja, quase 49 milhões. A liquidação do montante bloquearia qualquer ação do município gondomarense.
"Gondomar era o maior devedor português à EDP. Para concluir um processo penoso foram precisos quase quatro anos de negociações e burocracias", referiu o autarca Marco Martins, descrevendo esta questão como "uma conquista fundamental para o presente e para o futuro dos gondomarenses".
O município fica, assim, abaixo do limite máximo de endividamento, o que lhe permite retomar contratações e "iniciar a renovação dos recursos humanos, além de agilizar candidaturas e integrar programas para avançar com investimentos".
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