Grupo roubava identidades e vendia casas em nome das vítimas

Investigação teve início após queixa apresentada por mulher que viu a sua casa a ser vendida por alguém que se tinha feito passar por si e pelo marido. 

01 de abril de 2022 às 12:41
Homem detido por abusos sexuais sobre a enteada com 11 anos Foto: Alexandre Azevedo
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A Polícia Judiciária (PJ)  deteve dois homens e duas mulheres, com idades entre os 44 e os 51 anos, por fortes indícios da prática de vinte crimes de falsificação de documentos, dez crimes de burla qualificada e dois crimes de falsidade informática, numa operação denominada "Operação Maldivas".

A investigação teve início no ano passado, na sequência de uma queixa apresentada por uma mulher que viu a sua casa a ser vendida por alguém que se tinha feito passar por si e pelo marido. 

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De acordo com comunicado da PJ, a investigação não só apurou o caso desta queixa mas também identificou os presumíveis autores dos crimes. 

O principal suspeito, cujos rendimentos vinham dos crimes cometidos, requeria créditos junto de Instituições de Crédito ou em Sociedades Financeiras. 

Para que os créditos fossem aceites, o suspeito fabricava comprovativos de morada e de rendimentos, encomendando ainda documentos de identidade estrangeiros na darknet.

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Os suspeitos chegaram a vender "imóveis destinados à habitação, que sabiam estar livres de ónus ou encargos, de pessoas por quem se fizeram passar nas escrituras de compra e venda, com documentos de identidade falsos ou com procurações falsas", pode ler-se no comunidade da PJ.

Até ao momento, a PJ já apurou que os autores utilizaram sete identidades distintas para abrirem contas bancárias que depois provisionaram com os valores dos contratos de mútuo e de cartão de crédito que celebraram, ou com os valores pelos quais venderam os imóveis. No total, foram mais de 350 mil euros. 

Além da detenção dos autores, a Polícia Judiciária realizou buscas domiciliárias e apreendeu dinheiro, documentos falsos, equipamentos informáticos e outros objetos utilizados nos crimes.

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Os detidos foram presentes a primeiro interrogatório judicial, onde lhes foram aplicadas medidas de coação, nomeadamente a de prisão preventiva a dois dos suspeitos.

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