“Isto só se resolve quando vier a chuva”: Prevista queda de aguaceiros mas não nas regiões mais afetadas

Estão mais de cinco mil bombeiros no teatro de operações para combater os incêndios que não dão tréguas há três dias.

19 de setembro de 2024 às 01:30
Tragédia dos incêndios Foto: DR
Tragédia dos incêndios Foto: DR
Tragédia dos incêndios Foto: DR
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Ao terceiro dia de incêndios as chamas acalmaram, com a queda das temperaturas e o aumento da humidade do ar, mas não o suficiente para devolver a tranquilidade às populações, que viveram momentos de grande ansiedade e desassossego. Como em Arouca. "Havia pessoas já velhinhas que estavam em perigo, um senhor acamado. Foram levados para o lar, para estarem em segurança. É muito triste ver tudo a arder", lamentava Adelina Santos. "Fizemos aquilo que era possível, com mangueiras e o que tínhamos à mão, para salvar as casas", contou Marco Duarte.

"As chamas avançaram com muita rapidez e rodearam as casas", acrescentou Joaquim Cunha. Histórias que se repetem, um pouco por todo o Norte e Centro, como a daquele afilhado que ia informando o padrinho, por telemóvel, da situação dramática por que estava a passar. "Estou fechado em casa. A garagem já ardeu. Não consigo sair daqui", ouviu-se, em tom conformado, entregue ao destino. Mas a sua hora não tinha chegado e acabou por se salvar.

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As previsões meteorológicas apontam para um desagravamento das condições propícias aos incêndios florestais, estando, inclusive, prevista para hoje a chegada da chuva. Mas ao contrário do que é habitual, os aguaceiros vão evoluir a partir da região Sul, ocorrendo, essencialmente, no interior do Alentejo e interior do Algarve.

Só esta sexta-feira deverão chegar às regiões do Norte e Centro, as mais afetadas pelos incêndios, adiando por mais um dia a partida do inferno. Porque, como disse à Lusa o presidente da câmara de Sever do Vouga, Pedro Lobo, "isto só se resolve quando vier a chuva".

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Ideia de Montenegro não resolve

Paulo Loba, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, considera que criar equipas especializadas para investigar fogos até pode ser positivo, mas não é isso que vai "prevenir incêndios florestais". "É um crime de investigação difícil. Não é a equipa especializada que vai resolver o problema", disse. A criação de "uma equipa especializada" para investigar a origem dos fogos foi anunciada terça-feira, pelo primeiro-ministro.

PORMENORES

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Dezenas

Dezenas de bombeiros foram socorridos na urgência de Águeda com problemas oculares, revelou esta quarta-feira a Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro.

Detido

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A PJ de Aveiro deteve o presumível autor de um crime de incêndio florestal, ocorrido na tarde de 17 de setembro, em Bunheiro, Murtosa.

Retirada

O incêndio que começou em Paços de Ferreira e passou para Santo Tirso obrigou esta quarta-feira de madrugada a retirar 40 pessoas de habitações em Refojos e Monte Córdova.

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Rigor

O Governo exige rigor para evitar "fraudes que surgem quando há oportunidade de as pessoas beneficiarem de apoios públicos".

Lamento

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Empresas agrícolas e habita- ções foram destruídas pelas chamas em Mangualde, lamen- tou o presidente do município.

E TAMBÉM

Humidade

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"Estes dias mais quentes têm sido consequência de uma corrente de leste muito intensa que transporta um ar quente e seco. A partir da tarde de hoje [esta quarta-feira] o vento terá uma componente mais de oeste, ou seja acaba também por ter alguma humidade", explicou a meteorologista Patrícia Gomes, do IPMA, à agência Lusa.

Preocupação

A Unidade Local de Saúde de São João (ULSSJ), no Porto, tem recebido e respondido a utentes preocupados com a qualidade do ar devido aos incêndios, disse esta quarta-feira a responsável dos cuidados de saúde primários, Lígia Silva.

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