Ivo Rosa, o juiz acusado de ser benevolente com os arguidos

Magistrado vai ser o juiz de instrução da Operação Marquês.

28 de setembro de 2018 às 17:09
Ivo Rosa Foto: Sérgio Lemos
Ivo Rosa Foto: Sérgio Lemos

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Ivo Rosa é um juiz que, nas salas de julgamento, acredita nas provas científicas acima de tudo. É também um dos dois juízes que preside a audiências nas salas do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa. Esta quinta-feira foi sorteado eletronicamente (em conjunto com o seu colega de tribunal, o super-juiz Carlos Alexandre) para se descobrir quem iria ficar com a instrução da Operação Marquês, que tem o ex-primeiro-ministro José Sócrates e o banqueiro Ricardo Salgado como principais arguidos. Ivo Rosa ficou com o processo.

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Quem com ele trabalha reconhece-lhe o olhar atento, imparcial, a capacidade de trabalhar com celeridade e de separar o que é superficial e acessório daquilo que é importante num determinado processo. Os adversários dizem que é demasiado benevolente com os arguidos e demasiado obtuso para com os procuradores.

Mas quem é, afinal, o homem a quem pode caber decidir se José Sócrates, Ricardo Salgado e os outros arguidos da Operação Marquês vão ser julgados, num dos processos mais graves da nossa história recente?

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Ivo Nelson de Caires Batista Rosa nasceu a 17 de Setembro de 1966, em Santana, na ilha da Madeira. Foi ainda na ilha que decidiu que queria ser juiz, no final do secundário, depois de assistir a um julgamento no Tribunal do Funchal, na Madeira.

Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra com um único objetivo em mente: o de chegar a juiz. Segundo o próprio, em declarações ao programa Vidas de Mérito da RTP Madeira, nunca lhe passou pela ideia vir a ser advogado. No entanto, depois do curso, trabalhou, como estagiário, uma firma de advocacia, na Madeira, iniciando depois a sua carreira como juiz.

Em 1991, foi assessor jurídico da Câmara Municipal do Funchal, na Madeira e, nesse mesmo ano, regressaria para o continente, mais precisamente para Lisboa, onde se formaria como juiz no Centro de Estudos Judiciários.

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"Fui juiz com 26 anos. Hoje, olhando para trás, acho que fui muito novo e não temos bem esta noção", considerou o juiz em declarações ao programa Vidas de Mérito, em 2015. Disse ainda lembrar-se do primeiro caso em que participou como juiz estagiário: um julgamento sumário, por condução sob efeito de álcool. 

Depois do estágio e de ter terminado o curso, voltou à Madeira, onde serviu como como juiz de primeira instância no Funchal, onde julgou processos-crime, cíveis, de família e de trabalho, descreve a Sábado.

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