Jovens em casa de acolhimento espancam monitores e destroem instalações
Quatro rapazes de instituição em Castro Verde acusados por 57 crimes. Alegam maus-tratos e abusos na origem da violência.
Quatro jovens, agora com 18 e 19 anos, vão ser julgados por uma onda de violência na casa de acolhimento, em Castro Verde, onde estavam institucionalizados. Os crimes ocorreram entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 e as vítimas eram sobretudo monitores, mas também colegas. Na altura, os agora arguidos alegaram que tiveram de fugir da instituição para escapar a maus-tratos e abusos, mas o Ministério Público arquivou essa parte do processo por falta de provas,
De acordo com o DIAP de Évora, na origem da investigação estiveram "inúmeras situações graves de desordem e desacatos ocorridos numa Casa de Acolhimento Especializada de Jovens, em Castro Verde". Os suspeitos "que ali se encontravam institucionalizados envolveram-se em atos de agressão entre si e com monitores da instituição, bem como insultos, ameaças e vandalização das instalações e de automóveis" dos responsáveis.
Segundo a acusação, os quatro arguidos cometeram 21 crimes de ofensa à integridade física, alguns qualificados, 16 crimes de ameaça, alguns agravados, sete crimes de injúria agravados, dez crimes de dano, alguns qualificados, dois crimes de introdução em lugar vedado e um crime de roubo.
Em abril do ano passado, a mãe de um dos jovens agora acusados, garantia ao CM que o filho e alguns colegas fugiram da casa de acolhimento devido a alegados maus-tratos às mãos dos monitores e que o objetivo era pedirem ajuda. Os jovens acabaram por ser retirados da instituição, que sempre negou as acusações. "Foi também proferido despacho de arquivamento parcial, por falta de prova, referente a alegados maus-tratos por parte de monitores da instituição aos jovens acolhidos", adianta agora o DIAP de Évora.
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