Justiça devolve milhões a burlões condenados

Falta de prova obrigou coletivo de juízes a devolver dinheiro.

25 de julho de 2015 às 09:48
25-07-2015_03_51_25 15 justi;a.jpg Foto: DR
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Burlaram e roubaram dezenas de idosos de norte a sul do País, deixando as vítimas na miséria. Quatro dos oito acusados da Máfia das Pensões foram condenados a penas entre os 11 e os 13 anos. Dois foram sentenciados com penas entre um e quatro anos. Dois dos arguidos foram absolvidos, entre eles um ourives que estava acusado de recetação.

Apesar de a maioria dos crimes ter sido confirmada pelo coletivo de juízes de Vila Real, não ficou provado que os quatro milhões apreendidos pela PJ em dinheiro, propriedades e ouro resultassem do crime e o tribunal ordenou a devolução de mais de 3,5 milhões de euros, que os homens vão poder gozar depois de deixarem a cadeia.

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"Os senhores ‘depenaram’ os velhinhos, desgraçaram-lhes a vida, levaram-lhes tudo o que pouparam durante a vida e nem quando muitos deles entraram no tribunal a tremer e de muletas mostraram arrependimento", afirmou ontem a presidente do coletivo de juízes de Vila Real no final da leitura do acórdão.

"Alguns velhinhos ficaram incontinentes, outros deixaram de falar, outros ainda sofreram AVC. Uma imolou-se com a vergonha de ter sido enganada", acrescentou a juíza.

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O Ministério Público vai recorrer da sentença, tal como os arguidos condenados às penas mais pesadas. "O meu cliente negou os crimes, não foi reconhecido pelas vítimas e foi o que levou a pena mais alta", explicou ao CM Dória Vilar, advogado de Nelson Silva. António da Pena Ezequiel , que se encontrava em prisão preventiva, foi libertado, por já ter cumprido a pena de um ano a que foi agora condenado.

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