Leva 16 anos por matar a antiga companheira no Porto
Luís Gonçalves cometeu o crime por não aceitar relacionamento da vítima com o patrão.
Para o coletivo de juízes do Tribunal de São João Novo, no Porto, não restam dúvidas de que Luís Gonçalves foi o autor da morte da antiga companheira, Ana Estreito, ocorrida a 30 de outubro de 2017.
Os magistrados consideraram esta terça-feira, na leitura do acórdão, que o homem de 57 anos asfixiou a vítima por não aceitar que a mulher mantivesse um novo relacionamento com o patrão. Luís foi, por isso, condenado a 16 anos de prisão por homicídio qualificado.
"O modo de execução revela desprezo, insensibilidade e indiferença pelo valor da vida. A energia criminosa que se coloca para tirar a vida desta forma (por asfixia) a um ser semelhante é enorme, há contacto com a vítima. É diferente de dar um tiro", explicou a juíza Manuela Trocado, considerando que o arguido não mostrou remorsos nem arrependimento.
A decisão foi sustentada, em parte, numa reconstituição em que Luís participou na altura em que foi detido, tendo então dado conta de que teria usado uma camisola para asfixiar a vítima de 40 anos e funcionária de um café no centro do Porto. Para a defesa do arguido, esta diligência não poderia sustentar uma condenação.
"Vamos recorrer, não existem provas contra o meu cliente. A decisão foi baseada numa reconstituição realizada sem a presença de um advogado", disse Poliana Ribeiro, advogada do arguido, que foi ilibado de furtar dinheiro e o telemóvel da vítima.
Luís está em prisão preventiva desde a altura do crime.
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