Sócrates com pulseira eletrónica em casa
Advogado diz que MP quer alterar medida de coação.
João Araújo, advogado do ex-primeiro-ministro José Sócrates, informou este sábado a intenção do Ministério Público (MP) de alterar a medida de coação do antigo governante de prisão preventiva para prisão domiciliária.
O advogado acrescentou que a medida de coação do antigo governante, que se encontra detido preventivamente desde 25 de novembro de 2014, será analisada na terça-feira e que o ex-líder socialista se irá pronunciar sobre a questão.
Questionado pelos jornalistas sobre se a proposta de alteração da medida de coação do ex-primeiro-ministro lhe agrada, João Araújo respondeu: "A mim pessoalmente não me agrada".
"Não me agrada, porque acho que não há motivos para qualquer medida de coação, esta ou outra", frisou.
"O que a lei diz é que o arguido tem de se pronunciar, portanto o engenheiro Sócrates tem até terça-feira [quando termina o prazo para a reanálise da medida de coação] para se pronunciar", concluiu.
José Sócrates foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, no âmbito da "Operação Marquês". Está indiciado pelos crimes de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, sendo o único arguido ainda em prisão preventiva neste processo, depois de o empresário Carlos Santos Silva estar em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, desde o final de maio.
No âmbito do processo, são ainda arguidos os empresários Joaquim Barroca Rodrigues, do Grupo Lena, Lalanda de Castro e Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o antigo motorista de José Sócrates João Perna.
Reação de António Costa
O secretário-geral do PS escusou-se a comentar a proposta do Ministério Público sobre a eventual passagem a prisão domiciliária do antigo primeiro-ministro socialista José Sócrates, avançada pelo advogado do ex-líder do PS.
"[Digo] o que sempre disse. Sabem que eu, decisões judiciárias, não comento", limitou-se a dizer António Costa, à saída do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, após a convenção nacional do Partido Socialista.
Reação de Passos Coelho
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, escusou-se este sábado a comentar a eventual alteração da medida de coação ao ex-chefe do Governo José Sócrates de prisão preventiva para domiciliária, anunciada pelo advogado de defesa.
"Não farei sobre isso nenhum comentário. É uma matéria que está nesta altura na esfera de competência judicial e não quero adiantar nenhum comentário", limitou-se a responder Pedro Passos Coelho aos jornalistas, no final de uma cerimónia na Universidade Lusíada, em Lisboa.
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