Mulher suspeita de rapto e extorsão nega crimes no início do julgamento em Santa Maria da Feira

Arguida afirmou ter sido iludida pelo ofendido, que acreditava ser diretor de um banco, e um suposto sócio, a quem terá pago 40 mil euros para obter um empréstimo de três milhões de euros.

20 de outubro de 2025 às 16:37
tribunal Foto: Getty Images/iStockphoto
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Uma mulher acusada de, juntamente com outro homem, raptar um intermediário financeiro a quem terão extorquido mais de 40 mil euros negou esta segunda-feira os crimes no Tribunal da Feira.

Os dois arguidos, que se encontram em prisão preventiva, estão acusados dos crimes de rapto, extorsão, ofensa à integridade física qualificada e abuso de cartão de garantia ou de cartão, dispositivo ou dados de pagamento. A mulher responde ainda por dois crimes de coação agravada.

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Durante a primeira sessão do julgamento, a arguida, de nacionalidade angolana, negou a acusação, afirmando ter sido iludida pelo ofendido, que acreditava ser diretor de um banco, e um suposto sócio, a quem terá pago 40 mil euros para obter um empréstimo de três milhões de euros.

"Eu fui burlada (...) Eles convenceram-me e eu acreditei neles. São brancos, são senhores mais velhos. Eu sou uma vítima no meio disto tudo", disse a arguida, afirmando que nunca obteve o referido empréstimo.

A mulher admitiu ainda ter-se encontrado, juntamente com a mãe e o outro arguido, com o ofendido num café em São João da Madeira para exigir o dinheiro de volta, mas afirmou que não lhe apontou nenhuma faca, negando ainda qualquer agressão.

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Disse ainda que o ofendido terá entregado voluntariamente os cartões bancários e os respetivos códigos, que terão sido utilizados pelos arguidos para fazer vários movimentos bancários.

A acusação do Ministério Público (MP) refere que a arguida contactou a vítima em fevereiro de 2023 para obter uma garantia bancária com vista à obtenção de crédito de três milhões de euros, tendo para o efeito pago 20 mil euros ao ofendido para despesas e honorários.

Como não conseguiu obter a referida garantia bancária, a arguida e um homem, com quem tinha na altura um relacionamento amoroso, decidiram, de acordo com o MP, raptar a vítima para retirar-lhe todo o dinheiro que conseguissem.

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Em 8 de janeiro de 2024, pelas 18:30, os arguidos terão atraído o ofendido para um suposto encontro de negócios, num café em São João da Madeira, tendo-o forçado a entrar para o interior de uma viatura, sob ameaça de uma arma branca, circulando com ele pelos concelhos de Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis e São João da Madeira, no distrito de Aveiro, e no Porto.

O MP diz que a vítima foi agredida pela mulher, que lhe apontou uma faca à barriga e exigiu 80 mil euros, tendo-lhe retirado os cartões bancários, que os arguidos utilizaram para pagar despesas e efetuar diversos movimentos bancários no valor global de mais de 40 mil euros.

Os arguidos acabaram por libertar o ofendido cerca das 02:00, em São João da Madeira, sob a condição de este lhes entregar 200 mil euros no espaço de 15 dias.

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