Mustafá: “Para mim não era roubo mas sim uma cobrança”
Cabecilha da Juve Leo aponta Pereira Cristóvão como o mentor de grupo organizado responsável por assaltos.
Mustafá, cabecilha da Juve Leo, e Paulo Pereira Cristóvão, criaram uma amizade quando o último chegou ao Sporting, em 2011.
Três anos depois ter-se-ão associado – com outras 15 pessoas, entre as quais três agentes da PSP –, num grupo que fez vários roubos violentos.
"A pior coisa da minha vida foi ter conhecido este senhor", declarou esta quarta-feira Mustafá, no tribunal de Cascais, onde os dois estão a ser julgados. "É um mentiroso compulsivo", disse.
Mustafá diz que foi contactado por Cristóvão "para arranjar alguém" que cobrasse uma "dívida" de 500 mil euros. "Disse que havia um milhão numa casa de Cascais, que ele ficava com metade".
Dessa mesma casa, dois agentes da PSP, com falsos mandados de busca, roubaram 80 mil euros. Metade para Cristóvão, 10 mil para Mustafá e outros 10 para o irmão, e o restante para os outros operacionais. "Para mim não era um roubo, mas sim uma cobrança".
Mais tarde, novo ataque, desta vez à casa de um acionista do BPN. O objetivo: dois a três milhões de euros escondidos no chão da casa. Voltaram de mãos vazias. Enganaram-se no piso e invadiram a casa errada na Avenida do Brasil, Lisboa.
"Quero devolver o dinheiro às vítimas"
Em tribunal, Mustafá disse estar arrependido. Desde o princípio que assumi as minhas culpas e peço desculpa às vítimas (...) nunca entrei na casa de ninguém ou apontei armas. Tenho intenção de devolver o dinheiro às vítimas", disse.
Disse ainda que saiu do grupo após o roubo falhado na Avenida do Brasil. "Mais tarde o Cristóvão foi à festa do meu filho dizer-me que estávamos a ser investigados e que confiava em mim para não dizer nada".
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