Conheça o perfil de Rangel. O desembargador mal-amado
Com 35 anos de magistratura, Rui Rangel não é bem visto no mundo da Justiça.
Tem 62 anos, 35 de magistratura e há 13 que é desembargador. É um dos juízes mais mediáticos e o mais controverso. Todos o conhecem, mas poucos gostam dele. E o sentimento é recíproco. Se os juízes não gostam de Rangel, este também não esconde que não gosta dos seus pares.
Nascido em Angola, a 12 de março de 1955, estudou Direito em Lisboa e "já na faculdade era popular", lembra um colega, explicando que, na altura, "beneficiava do facto de ser irmão de Emídio Rangel". Ingressou na magistratura em 1982, casou-se com a juíza Fátima Galante, de quem tem um filho, e, dez anos depois, já era secretário-geral da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, na altura presidida por Noronha Nascimento, ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, com quem acabou por cortar relações.
Em 2007, fundou a Associação Juízes pela Cidadania, com Eurico Reis, que acaba por se demitir em 2009. Sócio do Benfica, é nesse ano que integra, com José Veiga, o Movimento Benfica Vencer, Vencer, que pretendia levar José Eduardo Moniz à presidência do Benfica. A ligação de Rangel ao futebol começa a causar mal-estar na magistratura, que se agrava, em 2012, quando ele próprio se candidata a presidente do Benfica contra Luís Filipe Vieira.
"Acho inacreditável que o Conselho não tivesse feito nada nessa altura", diz um juiz ao CM, classificando o comportamento de Rui Rangel como "uma desgraça lamentável". "E a maior desgraça é o comportamento do Conselho em relação a a ele, que nunca o sancionou e que deixou prescrever o processo disciplinar depois de ele ter dito barbaridades sobre o caso ‘Esmeralda’", lembra o mesmo magistrado. Nos últimos anos, passou do papel de comentador a sujeito de notícias, com suspeitas, polémicas e dívidas.
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