Megaoperação da PJ para travar rede de migrantes ilegais na Europa. Há seis detidos
Investigação permitiu identificar mais de 6000 imigrantes ilegais.
A Polícia Judiciária esteve esta segunda-feira a efetuar uma megaoperação que visa a desmantelar uma associação criminosa, que é responsável pela livre circulação na Europa de milhares de migrantes em situação ilegal. Pelo menos seis pessoas foram detidas pela PJ e mais de 6000 imigrantes ilegais identificados. A operação foi feita em simultâneo na Áustria, Bélgica, Alemanha, França e Espanha.
O esquema foi detetado no estrangeiro. A rede atuava a partir de bairros em Lisboa, como por exemplo o Martim Moniz. Foram feitas várias buscas em Lisboa, pela PJ, que contou com mais de 110 inspetores mobilizados, e por autoridades estrangeiras.
Foram cumpridos 18 mandados de busca domiciliária e vários não domiciliários. Foi feita uma fiscalização de estabelecimentos hoteleiros ligados à rede criminosa, nos quais se acolhiam imigrantes ilegais e ainda a abordagem estradal de viaturas de transporte com imigrantes ilegais a bordo, que se preparavam para entrar em território nacional.
Mais de uma dezena de pessoas são suspeitas de estarem envolvidas na rede, a maioria com origem em países como a Índia e Paquistão. Os suspeitos montaram um esquema que "entupia" o sistema automático de pré-agendamento do SEF. Os serviços ficaram sem capacidade de dar vazão às chamadas dos candidatos, que devido a uma lei portuguesa de 2007, podiam circular livremente no espaço Schengen mesmo sem nenhum contrato de trabalho.
Outro dos esquemas detetados era feito através de uma falsa queixa de que teriam perdido os documentos pessoais. Assim, era passado um papel aos migrantes, que conseguiam provar que não tinham documentos porque estes tinham sido roubados ou extraviados. Desta forma, os migrantes conseguiam circular no espaço europeu.
Os cabecilhas da rede são suspeitos de angariar milhares de migrantes, que pagam elevadas quantias para virem para Portugal. Depois acabam sem qualquer contrato de trabalho e a viverem em más condições.
A investigação, que durava há mais de um ano, permitiu identificar 337 transportes de entre Lisboa / Paris / Lisboa, no total de mais de 6000 imigrantes ilegais.
Os arguidos detidos foram esta terça-feira presentes às competentes Autoridades Judiciárias para primeiro interrogatório judicial e recusaram prestar declarações, ficando sujeitos à aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
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