Pai de menina desaparecida em França conta drama ao CM
Pai de Maëlys, de nove anos, ainda tem esperança que a criança esteja viva.
Atende o telefone com voz assustada. Diz que está cansado e que não quer prestar muitas declarações. "Só quero a minha filha", afirma Cleyet Araújo, o pai de Maëlys, a menina de nove anos, lusodescendente, que desapareceu na noite de 26 para 27 de agosto, durante uma festa de casamento, na região de Pont-de-Beauvoisin, em França.
O pai da criança, ele também já nascido em França, é filho de pais portugueses (naturais de Barcelos, no Norte do País).
Assegura ainda, em declarações ao CM, acreditar no trabalho da polícia francesa. "Encontraram agora ADN no carro de um dos suspeitos. Espero que ele conte o que aconteceu", diz, em português, ainda que reconheça já não dominar a língua.
"Desde que os meus pais morreram que perdi o contacto com o País. Já nasci em França, tal como a minha filha."
Cleyet Araújo não perde a esperança. Diz que ainda é possível encontrar a criança com vida. E espera que o novo fôlego dado à investigação seja determinante.
A prisão de Nordahl Lelendais, que já está em preventiva, deixou a família expectante. O suspeito estava no casamento e já tinha sido detido, mas foi libertado por falta de provas. Agora foram encontrados vestígios de ADN no carro. Pertencem à menina.
O suspeito reconheceu às autoridades que esteve com a menor, mas nega o rapto. Diz que a menina entrou no seu carro para ver os seus cães, tendo saído sã e salva.
Nordahl Lelendais apresenta ainda arranhões nos braços e nas pernas, mas diz que esteve a apanhar framboesas. A mãe desmente-o.
Ouvidas mais de 200 pessoas e 40 buscas
Até ao momento, a Justiça já ouviu mais de 200 pessoas e a polícia já realizou 40 ações de busca. A menina foi vista pela última vez às 03h00 de domingo.
Helicópteros foram usados na procura
A Gendarmerie tem feito uso de diversos meios, incluindo helicópteros, vários drones, cães polícia e mergulhadores, para procurar a menina.
Pormenores
Tinha sido libertado
Nordahl Lelendais, principal suspeito do rapto da menina, já tinha sido detido na semana passada, no arranque da investigação. Foi libertado por falta de provas.
"Não é um monstro"
Entrevistada pela estação televisiva francesa RTL, a mãe do suspeito assegurou que o filho "não é um monstro". "Ele seria incapaz de fazer tal coisa, o meu filho não é assim", disse a mulher, sob anonimato.
Lavou carro com ADN
O homem esteve, desde o início, sob a atenção dos investigadores, por incoerências nos depoimentos. Quando saiu do casamento, lavou o carro no qual agora apareceram amostras de ADN. Após a primeira detenção, tentou vendê-lo.
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