Pai e filho obsessivos assassinam em série

Vingança, obsessão e ciúme são características dos dois.

03 de maio de 2015 às 00:30
Paulo Silva, homicida Foto: D.R.
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Obsessivo e violento, Paulo Silva matou quatro familiares, entre os quais a ex- -companheira. Estas são as mesmas características do pai, Abílio da Silva: entre 1979 e 1980, tentou matar um vizinho por ciúmes; depois assassinou outro, José Pedro, que tinha testemunhado contra si em tribunal. Por fim matou a mulher, Maria de Lurdes, e esquartejou-a.

Abílio planeou tudo ao pormenor. Na tarde da véspera de Natal de 1980, esperou no carro o momento para atacar. Baleou José Pedro na cabeça quando este chegou a casa com a filha, na avenida dos Missionários, no Cacém, Sintra. A criança disse aos inspetores da PJ que o autor do crime fora "o pai da Anita" – tia de Joel, sobrevivente do massacre de Estela.

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Valdemar Pinheiro foi o jornalista do Correio da Manhã que, na época, acompanhou o caso. "Tive a dica de uma fonte na manhã do dia de Natal. Ainda apanhei uma brigada da Polícia Judiciária no local. Falei com vizinhos, comerciantes, e o trabalho demorou-me muitas horas", recorda.

Nesse dia, o homicida fugiu com a mulher. Matou-a com quatro tiros, serrou-lhe a cabeça e os pés e enterrou-os. Disparou contra a Judiciária, mordeu um inspetor, mas foi preso e confessou. Em tribunal – onde foi condenado a 24 anos de prisão – contou que quis esconder a verdade dos filhos (entre eles Paulo). "Pratiquei todos os atos que eu próprio repugno, mas estava desorientado", assumiu Abílio.

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"Em 2004, 2005, recebi um telefonema anónimo de alguém que me disse ser o monstro do Cacém. Lembro-me de que me insultou e ameaçou, mas não voltou a acontecer", revela ainda Valdemar Pinheiro. O paradeiro de Abílio é desconhecido.

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