"Pessegueiro colaborou e assumiu os erros que cometeu": defesa admite que empresário seja condenado na Operação 'Vórtex'
Defesa de empresário admite condenação, mas apenas por dois atos de corrupção. Aceitou dar dinheiro a autarcas
A defesa do empresário Francisco Pessegueiro admite que este seja condenado na operação 'Vórtex', mas diz em que vez de oito crimes de corrupção estarão em causa apenas dois. Pessegueiro assumiu no julgamento que Pinto Moreira e Miguel Reis - ambos ex-presidentes da Câmara de Espinho - lhe pediram dinheiro para agilizarem projetos imobiliários. Alegou que chegou a entregar pelo menos 5 mil a Miguel Reis, mas que tinha prometido entregar 50 mil a cada um dos autarcas.
"Francisco Pessegueiro nunca solicitou a prática de atos ilícitos, o que pediu foi que fosse concedida celeridade aos seus projetos. E não se vê o benefício daí tirado: nenhum dos projetos foi qualificado como tendo carácter estratégico, o Sky Bay não saiu do papel, o lar Hércules no papel ficou", alegou o advogado João Medeiros, que defende assim que estarão em causa crimes de corrupção para ato lícito.
Durante todo o dia, a defesa de Pessegueiro fez a as alegações finais, dando conta num primeiro momento de que em nenhum projeto foram violadas as regras urbanísticas. Os seus advogados salientaram ainda a colaboração que deu ao Ministério Público. "Francisco Pessegueiro foi colocado numa posição de culpado único, num julgado, que eu diria, afinal é só de inocentes. Pessegueiro colaborou com o tribunal e assumiu os erros que cometeu. É inegável o contributo de Pessegueiro para a descoberta da verdade", afirmou João Medeiros.
O processo da operação 'Vórtex' tem ao todo 13 arguidos, sendo que a operação foi desencadeada no início de 2023. O Ministério Público sustenta que Miguel Reis e Pinto Moreira foram corrompidos para favorecer Francisco Pessegueiro. O Ministério Público pediu já penas entre os 5 e os 9 anos para os dois ex-autarcas.
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