PGR não aceita pressa para acusar Sócrates
Joana Marques Vidal recusa pedido de aceleração processual.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) recusou o pedido de aceleração processual feito por João Araújo. O advogado de José Sócrates pretendia que fosse estabelecido um prazo para terminar a acusação contra o ex-primeiro-ministro, depois de saber que o procurador assumira que a mesma não terminava em 2015. Joana Marques Vidal recusou-o. A procuradora considera que os prazos estão a ser cumpridos. Começaram a contar da data de constituição de arguido e correm dentro do permitido por lei.
Outros processos mostram também o perigo de estabelecer prazos. Aconteceu, por exemplo, no caso Freeport, quando o ex-PGR Pinto Monteiro estabeleceu uma data para que os magistrados do DCIAP terminassem a investigação. O resultado foi a não inquirição de José Sócrates e ainda um despacho de arquivamento com as perguntas que nunca foram feitas.
No caso da operação Marquês, a demora deve-se a uma carta rogatória que ainda está pendente, no Reino Unido, e também à não notificação de alguns suspeitos. Falta interrogar, como o Correio da Manhã já noticiou, envolvidos como Sofia Fava, ex-mulher de Sócrates, e António Barroca, líder do Grupo Lena.
Dos despachos já conhecidos, resulta também sem sombra de dúvida que serão ouvidos Hélder Bataglia, Rui Horta e Costa e Luís Horta e Costa. Todos têm ligações ao empreendimento Vale do Lobo, sendo o primeiro, que não está no nosso país, considerado vital para a acusação.
Rosário Teixeira quer ainda interrogar José Bernardo Pinto de Sousa, primo de José Sócrates, que estará em Angola.
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