PJ faz buscas a Isaltino Morais e a responsável do PSD
Ação das autoridades envolve outros suspeitos e tem por base suspeitas de corrupção e prevaricação.
O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, um membro da comissão nacional do PSD, Rodrigo Gonçalves, e o pai deste, Daniel Gonçalves Silva, presidente da junta de freguesia das Avenidas Novas, em Lisboa, estão na manhã desta terça-feira a ser alvo de buscas realizadas pela PJ, por suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e prevaricação, confirmou ao CM fonte policial.
Em comunicado, a Polícia Judiciária confirma que no âmbito de "uma investigação atinente, a procedimentos de contratação pública realizados por diversas Autarquias Locais, procedeu à realização de quinze buscas domiciliárias e não domiciliárias, designadamente, em duas Câmaras Municipais, uma Junta de Freguesia, em treze empresas e em nove residências, todas situadas na área Metropolitana de Lisboa".
A operação da PJ terá ainda outros alvos.
Em causa estarão, entre outros, a celebração de contratos fictícios entre empresas e autarquias, visando desviar verbas públicas. O Presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, terá alegadamente recebido contrapartidas financeiras para adjudicar obras a Rodrigo Gonçalves.
Ao que o Correio da Manhã apurou também a câmara de Odivelas está a ser alvo de buscas e que os "sacos azuis" provenientes do desvio de verbas também financiavam estruturas do PSD, onde a esposa de Rodrigo Gonçalves é funcionária.
Rodrigo Gonçalves, que foi presidente da junta de São Domingos de Benfica, foi denunciado quando deixou esse cargo em 2013 devido a alegadas irregularidades em contratos (entretanto anulados) com as empresas que o pai, Daniel, veio agora a contratar nas Avenidas Novas. Em 2019, Rodrigo Gonçalves demitiu-se de um cargo do PSD por criar perfis falsos nas redes sociais e com estes fazer propaganda em favor de Rui Rio, que então presidia ao partido.
As autoridades acreditam que possam estar outros autarcas do Partido Socialista envolvidos neste processo.
Em comunicado enviado às redações, Isaltino Morais faz saber que "sobre eventuais relações com apoios a candidatos do PSD", apenas pode afirmar que "só podemos estar perante uma fabulação". "Estamos em 2022, não sou militante do PSD desde 2005", refere.
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