Portugal exige a Espanha caudal diário para o Tejo
Ministro do Ambiente pediu uma reunião de urgência com homóloga espanhola depois de descarga em Cedillo.
O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, pediu ontem uma reunião urgente à sua homóloga espanhola, Teresa Ribera, depois da megadescarga, em setembro, de 14 milhões de metros cúbicos da barragem espanhola de Cedillo, decisão que deixou seco o rio Pônsul, na Beira Baixa.
"Foi uma surpresa que nos foi pregada e não faz sentido", disse João Matos Fernandes, referindo que Espanha ainda não deu a Portugal, apesar de questionada repetidamente, "uma resposta cabal". "Espanha fez o que nunca tinha feito", disse o ministro do Ambiente. E para evitar, no futuro, situações semelhantes Portugal quer negociar a definição de um caudal mínimo e regular no Tejo, a ser monitorizado na fronteira.
As metas estabelecidas pelo Governo para uma revisão da Convenção de Albufeira não reúnem, contudo, o apoio do movimento ProTEJO. Paulo Constantino, porta-voz do movimento, referiu que Portugal "reclama um caudal mínimo diário de um hectómetro cúbico". Valor que os ambientalistas consideram "pouco", pois "os restantes 87% de água a que os espanhóis estão obrigados a fazer passar serão libertados no momento mais oportuno para seus os interesses ".
"Não precisamos de pedir mais caudal a Espanha, apenas tomar em mãos o caudal anual que está acordado na Convenção de Albufeira", defende o movimento ProTEJO. O cumprimento diário do caudal já definido implica a passagem de 7,3 hm3. Entretanto, a Agência Portuguesa do Ambiente garantiu que "não existe falha de monitorização do lado português"
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