Portugal recebe campanha europeia de experimentação de tecnologias militares

Exército organiza evento em setembro e outubro, no Campo Militar de Santa Margarida.

29 de dezembro de 2025 às 14:32
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Portugal foi escolhido para acolher, em 2026, a campanha de experimentação operacional do Hub de inovação na área da Defesa da União Europeia (HEDI) da Agência Europeia de Defesa (EDA). Irá ser associado ao exercício nacional ARTEX26 e, de acordo com o Exército português, que os vai organizar, visa "testar tecnologias emergentes em condições operacionais reais, com utilizadores finais no terreno, encurtando o ciclo entre desenvolvimento, validação e emprego militar". O propósito final é a "modernização da Força Terrestre, em alinhamento com a visão Força Terrestre 2045" lançada pelo o ramo terrestre das Forças Armadas portuguesas.

Trata-se da segunda edição dessa campanha de experimentação operacional, após a realizada no verão deste ano em Roma, Itália, com o foco em sistemas não tripulados. 

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"A campanha terá lugar entre 28 de setembro e 13 de outubro de 2026, no Campo Militar de Santa Margarida, tirando partido das suas condições singulares para a condução de exercícios em larga escala, com cenários exigentes, realistas e avaliáveis. Para o Exército, esta campanha constitui uma oportunidade para testar, em contexto operacional simulado, capacidades que se pretendem ver refletidas em unidades mais bem preparadas, mais interoperáveis e mais prontas para os compromissos nacionais e internacionais", descreve o Exército.

Portugal foi selecionado para acolher o evento "pela qualidade da proposta apresentada, pelo ambiente favorável à inovação e pela experiência já demonstrada, em particular através do CEMTEx – Centro de Experimentação e Modernização Tecnológica do Exército". "A integração da campanha no ARTEX26 reforça sinergias, garante um enquadramento operacional robusto e facilita a passagem da experimentação à incorporação efetiva de soluções nos sistemas e procedimentos do Exército", é assegurado.

O número final de participantes não está ainda definido. Mas este ano envolveu vários Estados-Membros, empresas europeias e cerca de uma centena e meia de militares e técnicos no terreno, em mais de três centenas de missões com sistemas não tripulados.

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"Paralelamente, no âmbito do ARTEX26, já anunciado em dezembro, o processo de candidaturas está aberto à Base Tecnológica e Industrial de Defesa, ao Sistema Científico e Tecnológico Nacional, a projetos de I&D do Exército e à indústria nacional e internacional com protótipos elegíveis, dando continuidade à experiência de 2025, em que participaram 31 empresas", comunica o Exército.

As campanhas priorizam "soluções com aplicação direta em operações militares, incluindo sistemas autónomos terrestres e aéreos, apoio logístico (reabastecimento e evacuação), reconhecimento e vigilância, bem como novas capacidades, como loitering munitions [munições de sacrifício, como drones], integradas em cenários combinados".

Para o Exército, "aquilo que for validado no campo de Santa Margarida deverá traduzir-se, no futuro, em melhores equipamentos, melhores procedimentos e maior eficácia das unidades e dos militares que servem Portugal".

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