Processo de Veiga compromete Vaz das Neves

Antigo juiz-presidente da Relação de Lisboa silenciado pelo próprio advogado.

06 de novembro de 2025 às 01:30
Luís Vaz das Neves, ex-presidente do Tribunal da Relação de Lisboa
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O ex-presidente do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), Luís Vaz das Neves, foi mandado calar pelo próprio advogado na sessão desta quarta-feira do julgamento da Operação Lex, depois de a Defesa do ex-desembargador Rui Rangel insistir em saber as razões que levaram ao afastamento da 9.ª Secção do TRL, a que pertencia Rangel, do processo que envolvia o empresário José Veiga (também arguido na Operação Lex) e do antigo futebolista João Vieira Pinto.

"Sabemos que essa distribuição foi manual e por isso pergunto a Vaz das Neves se quando decidiu que ia fazer uma distribuição manual foi logo quando o processo lhe chegou às mãos?", questionou o advogado João Nabais. "Ponderei logo que iria ser distribuído manualmente", respondeu Vaz das Neves ao defensor de Rui Rangel, garantindo que "essa decisão não se deveu ao facto do processo envolver figuras públicas". "Foi um rumor público que teria sido José Veiga a financiar a campanha eleitoral de Rangel ao Benfica que motivou a distribuição manual?", insistiu João Nabais. Vaz das Neves respondeu com um rotundo "Não!", mas imediatamente o advogado Miguel Matias interveio e deu indicação a Vaz das Neves para não responder. 

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Após uma breve conferência com o seu constituinte, o advogado requereu que uma cópia das declarações iniciais de Vaz das Neves - em que garantiu não querer beneficiar ninguém nem a si próprio - fosse anexada ao processo, "por uma questão de colaboração com os restantes intervenientes processuais" e determinou o fim das declarações de Vaz das Neves.

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