Protesto contra falta de subsídio
Guarnição em apoio à Frontex quer ganhar 74€/dia em vez de 20.
Os quase 40 praças e sargentos da guarnição do ‘NRP Figueira da Foz’, no mar Mediterrâneo numa missão no âmbito da agência europeia Frontex, estão em protesto por não terem direito a um suplemento de ‘missão humanitária’, que aumentaria o valor recebido de 20 para 74€/dia.
A Marinha defende que a missão é de controlo de fronteiras. E avisa com "medidas disciplinares exemplares" caso o descontentamento passe a revolta.
Segundo apurou o CM, o descontentamento levou a que praças e sargentos não tivessem, em protesto, abandonado o navio quando este parou a 1 e 2 deste mês no porto de Empedocle, na Sicília, Itália. Estavam autorizados mas não foram a terra. O navio está atualmente em missão entre Itália e o Egito. Mas um protesto igual estará já pensado para terça-feira no porto de Catânia, também na Sicília.
"Estamos a ser pagos como se estivéssemos numa simples patrulha ao largo da costa portuguesa. Mas damos apoio a migrantes e refugiados e temos o risco de, ao salvá-los do mar, contrair doenças de que sofrem e que transmitem", disse um militar através de um familiar. A bordo seguem dois inspetores do SEF que recebem 100€/dia.
O gabinete do chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Macieira Fragoso, disse ao CM que a missão "não se enquadra na tipologia e cariz humanitários (...) como definido por lei", pelo que não há direito a suplemento. Refere que a situação atual é "a expressão de algum descontentamento". "Revoltas são inadmissíveis, e, se existisse o mínimo indício, imediatamente seriam tomadas medidas disciplinares exemplares", avisa.
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