PSP agredido por três homens deixa testemunho de revolta nas redes sociais
Rodrigo Jesus espera resolução do caso há três anos. Foi agredido com telhas e pedras.
O agente da Polícia de Segurança Pública, Rodrigo Jesus, foi agredido a 25 de abril de 2016 por três suspeitos que alegadamente roubaram uma mota. Esta quinta-feira, Rodrigo decidiu partilhar a sua indignação nas redes sociais.
O PSP estava de serviço quando se apercebeu do assalto. Apanhou-os em flagrante e começou a perseguição.
"Durante essa perseguição fui agredido por arremesso de telhas e pedras por parte dos três agressores, não com o objetivo de fugir, porque uma telha tinha chegado para isso", conta.
Rodrigo acabou por ser hospitalizado e submetido a uma cirurgia onde levou nove pontos na face e 17 agrafos na cabeça.
Os suspeitos colocaram-se em fuga mas mais tarde acabaram por ser identificados e detidos para interrogatório judicial. De acordo com a publicação, dois dos suspeitos foram libertados com Termo de Identidade e Residência, sendo esta a medida de coação menos gravosa.
"O principal agressor foi extraditado por incorrer no crime de imigração ilegal", acrescenta Rodrigo que viu um dos homens que o agrediu ser expulso do País sem ser punido pelo crime.
O PSP fala em revolta numa altura em que oito dos 17 agentes da esquadra de Alfragide foram condenados por sequestro e ofensas à integridade física no caso da Cova da Moura. Destes oito, sete ficam com pena suspensa e um com pena efetiva de um ano e seis meses.
Rodrigo conta ainda que passados três anos de sofrer as agressões nada foi resolvido. O PSP pediu uma indemnização, mas os tribunais afirmaram que tal não seria possível pois tinham extraditado um dos agressores, referindo que "os restantes suspeitos não tinham responsabilidades nas agressões".
O agente ficou de baixa médica durante seis meses, impedido de trabalhar e realizar gratificados. Quando avaliado por um médico não lhe foi possível requerer o direito à incapacidade. Nas palavras de Rodrigo, o médico declarou que as cicatrizes resultantes das agressões são chamadas "marcas de guerra".
Com o sentimento de injustiça muito presente, o PSP acrescenta: "para os coitadinhos dos criminosos com valores a chegar aos 50000 euros, mais de 10 vezes superior ao que pedi. Vergonha ou não esses já têm direito a 50000 euros, eu não o vou poder ter, uma vez que o agressor já cá não está e o Sr. Estado Português não assegura o pagamento nestes casos".
Rodrigo Jesus termina apelando ao Estado português: "Justiça e ações concretas de proteção para os que todos os dias e noites saem de casa sem saber se voltam, para proteger Portugal e os seus cidadãos de bem".
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