Rapta mariscador para sacar 4 mil euros
Grupo vigia homens que só fazem negócio com dinheiro vivo.
Vigiavam os mariscadores da Margem Sul do Tejo sabendo que estes negociam apenas em dinheiro vivo, porque apanham amêijoa de forma ilegal. Já com alvos identificados, o grupo de feirantes de Vialonga e Unhos apanhava as vítimas sozinhas e roubavam–nas no Barreiro. Foram quatro casos apenas em agosto de 2017. Num deles sequestraram o mariscador e libertaram–no num local ermo a mais de 50 km.
A PJ de Setúbal deteve agora um dos suspeitos. É um homem de 30 anos, com antecedentes criminais por tentativa de homicídio e arma proibida. Faz parte de um grupo alargado e participou nos quatro assaltos entre 11 e 19 de agosto. Caiu numa operação musculada que contou com o apoio da GNR, uma vez que decorreu em bairros perigosos. Ouvido esta quarta-feira em tribunal ficou em prisão preventiva.
Segundo apurou o CM, no caso do sequestro o grupo de assaltantes fez um primeiro contacto com a vítima, dizendo querer comprar amêijoa. Marcaram encontro no Lavradio, onde a vítima tem um pequeno armazém.
Acabaram por, com ameaça de duas armas (uma delas shotgun), colocar o mariscador numa viatura. Espancaram o homem até ao Porto Alto, a 50 km. Foi largado numa estrada de terra batida após ter entregue quatro mil euros.
Os milhares de mariscadores do Tejo têm estado sob a mira de máfias como estas que assaltam, controlam o terreno (contratando romenos e nepaleses para o trabalho duro) e falsificam faturas e guias de transporte.
Usam carros de aluguer nos crimes.
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