Rede do Elefante Branco explorava 112 mulheres

Dono e braço direito recrutavam prostitutas no Brasil, que cumpriam horário de trabalho e tinham valores estipulados para cobrar.

21 de dezembro de 2025 às 01:30
Operação da PSP no Elefante Branco em junho levou à detenção do dono Foto: Direitos Reservados
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Luís Torres e o braço direito Pedro Gameiro aproveitaram o vazio deixado pelo encerramento do Elefante Branco em 2016 para ganhar milhões com o negócio do sexo. Reabriram o espaço, numa nova morada, e começaram a recrutar mulheres originárias do Brasil, de baixa condição socioeconómica e cultural, entre os 20 e os 29 anos. Ofereciam-lhes a viagem, contrato de trabalho (como empregadas de bar, rececionistas ou administrativas), alojamento e mil euros em dinheiro. Em troca tinham de vender o corpo nos três estabelecimentos geridos pelo grupo: o histórico Elefante Branco, a Pensão Classe A e o Hostel Nomad 64.

As conclusões são do Ministério Público, que dirigiu a investigação e a operação no início de julho, que levou à detenção de Luís Torres e outros três membros do grupo e à constituição de outros dez arguidos.

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Na altura foram identificadas 112 mulheres nos três estabelecimentos, mas também em apartamentos especialmente adquiridos ou arrendados para as alojar.

Segundo o pedido do MP para a declaração de excecional complexidade do inquérito, era Luís Torres o responsável pela gestão de todas as sociedades criadas pelo grupo e quem determinava o modo de funcionamento das casas, os horários, a indumentária, os valores a cobrar pelos atos sexuais e o valor das comissões de cada uma das mulheres ao serviço da rede.

Fronteiras:  Bilhete de volta

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Para que as mulheres recrutadas não tivessem problemas na fronteira, o grupo de Luís Torres comprava bilhete de volta ao Brasil, reservava um quarto de hotel e dava mil euros em numerário para atestar a capacidade de subsistência.

Lavagem e transferências

As mulheres eram instruídas a abrirem contas bancárias pouco tempo depois de chegarem a Portugal e em instituições financeiras especializadas no mercado de transferências e câmbios para o estrangeiro.

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