Rixa entre imigrantes causa sete feridos no Martim Moniz
Motivos da discussão ainda estão por apurar.
Uma desordem, por motivos não apurados, envolvendo dois grupos imigrantes de origem asiática, ocorrida pelas 14h10 deste domingo, causou ferimentos com arma branca em pelo menos sete pessoas. Duas pessoas foram esfaqueadas, uma delas atingida nas pernas e outra na zona das costas.
O CM apurou que a rixa ocorreu na rua do Benformoso, na zona do Martim Moniz, em Lisboa e que terão sido usadas barras de ferro e facas.
Três vítimas foram assistidas no local e conduzidas ao Hospital de São José, em Lisboa, e quatro encontram-se na sede da 1ª Divisão da PSP para onde se deslocaram por meios próprios e onde se está a providenciar assistência via INEM.
De acordo com o comandante da 1.ª divisão da PSP, "houve alguma violência", registando-se "dentes partidos, agressões com arma branca numa perna e na barriga, cortes na cabeça", causados por uma faca, mas também "objetos metálicos".
O responsável afirmou que a PSP prossegue as diligências para apurar a origem dos confrontos, desconhecendo o que motivou a desordem, e indicou que, até agora, não houve detenções.
"Com base na informação que tenho, é muito pouco provável que haja detenções. As sete pessoas que foram assistidas aparentam ser vítimas e portanto não são detidas", afirmou Iuri Rodrigues à imprensa.
A PSP vai "levar isto a fundo", para "tentar perceber [quem foram] os autores das agressões" e levar o caso ao Ministério Público, disse o comandante. Para tal, a polícia está este domingo a ouvir os agredidos e vai analisar outras provas, nomeadamente um vídeo, e ouvir relatos de testemunhas.
A polícia reforçou a presença na zona do Martim Moniz, algo que o comandante disse que já estava previsto, tal como em outras áreas da cidade, como o Mercado de Arroios e o Bairro Alto.
"Há um policiamento de proximidade na Rua do Benformoso e na Mouraria e estaremos aqui todos os dias", referiu.
O agente escusou-se a indicar a nacionalidade dos envolvidos.
Recorde-se que a rua do Benformoso tem sido alvo de polémica devido a uma operação policial realizada pela PSP em dezembro e que, no sábado, deu a origem a duas manifestações no sentido político contrário.
Questionado se as críticas à intervenção policial, quando dezenas de imigrantes foram encostados à parede para serem revistados, alterou a atuação policial, o comandante negou.
"A PSP tem o objetivo de promover a segurança a todos os cidadãos, sem exceção. Continuamos o nosso trabalho, com base em dados científicos, experiência e observação do terreno. Fazemos as coisas de acordo com os nossos princípios, respeito pelos cidadãos, pelas vítimas e pelas pessoas que são suspeitas e que têm os seus direitos", referiu.
"O que se passou, para nós, não mudou nada. Estamos convencidos de que estamos a fazer bem o nosso trabalho e continuaremos a tentar fazê-lo ainda melhor", afirmou o comandante.
A operação policial de 19 de dezembro naquela rua resultou na detenção de duas pessoas e já teve como consequência a abertura de um inquérito por parte da Inspeção-Geral da Administração Interna e uma queixa à provedora de Justiça, subscrita por cerca de 700 cidadãos, entre eles deputados do PS, Bloco de Esquerda e Livre.
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