"Sei que só dei uma navalhada"

"Sei que só dei uma navalhada. E fugi quando a polícia chegou. Tive medo de assumir, fiquei em pânico". A confissão é de Nuno Silva, de 21 anos, que esta quinta-feira começou a ser julgado no tribunal de Guimarães por ter esfaqueado um adepto do Sporting em novembro de 2014, nas imediações do estádio D. Afonso Henriques. Está acusado de tentativa de homicídio qualificado e ofensas à integridade física. Angelino Soares, de 19, responde por ofensas à integridade física também a adeptos leoninos. Ficou em silêncio.

"Não provoquei nada e vi-me no meio da confusão. Parei junto à paragem para falar com um amigo, depois chegaram outros e de seguida ouvi berros. Quando me apercebi, já vi o meu amigo a levar um murro", explicou Nuno Silva, garantindo que não tinha roupa com inscrições do Vitória de Guimarães. O arguido, que disse ainda ter entrado no estádio com a arma, admitiu que ficou ferido ao dar a navalhada e que foi ao hospital de Braga tentar ser assistido sem ser apanhado. "O processo tem um documento da PSP, assinado por um oficial [subcomissário Filipe Silva] que mais tarde errou, como todos vimos na televisão, e que criticava, e bem, este episódio de violência. Isso mostra que todos podemos errar", considerou o advogado de defesa, Pedro Miguel Carvalho.