Sócrates tentou evitar prisão
Admitia que escutas do Face Oculta fossem usadas no caso Marquês.
A ida de João Araújo ao Tribunal de Aveiro, no ano passado, para consultar o processo Face Oculta, tinha como objetivo evitar a prisão de José Sócrates no processo Marquês. O advogado pretendia saber se de alguma forma as escutas que tinham sido mandadas destruir por Noronha de Nascimento foram consultadas pelo procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Rosário Teixeira. O objetivo era claro: requerer a nulidade das escutas que Sócrates sabia estar a ser alvo, por contaminação do processo. O uso de uma prova nula, entendia o advogado, implicava a nulidade de toda a investigação.
Não se tendo verificado aquela nulidade, outras têm sido procuradas. A defesa quer também saber se há factos do processo Freeport – já julgado – que foram agora tidos em conta. O objetivo é o mesmo: conseguir a nulidade das escutas e contaminar a investigação que determinou a prisão do ex-primeiro-ministro.
Entretanto, ontem, o jornal ‘i’ noticiou que o procurador e a equipa da inspeção tributária têm pedido a consulta do processo em que se investigam as parcerias público-privadas. Tratando-se ainda de um processo em investigação – cujas suspeitas criminais não prescreveram – o objetivo é perceber se o grupo Lena foi beneficiado. É fundamental para provar os indícios de corrupção no caso Marquês.
Mário Lino e Paulo Campos, ex-ministro e ex-secretário de Estado de Sócrates, foram visados por buscas nesse processo, já há mais de dois anos.
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