Tráfico humano com documentos furtados no Aeroporto de Lisboa

Redes de tráfico de pessoas vendem ‘pacotes’ que incluem viagens e documentos.

12 de novembro de 2018 às 08:48
SEF aperta cerco a redes de tráfico humano nos aeroportos nacionais, apreendendo documentação falsificada Foto: Steven Governo/Lusa
Documentos são adulteráveis Foto: Vítor Mota

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O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está a investigar a ação de redes internacionais de tráfico de seres humanos, que estão a usar o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, como local de passagem de migrantes a quem são vendidos ‘pacotes’ em que estão incluídas viagens de avião e documentação falsa.

Entre as provas desta prática estão documentos apreendidos que, sabe o CM, foram furtados de uma embaixada israelita na Europa, e estão agora a ser usados nesta atividade criminosa.

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Portugal está sinalizado como plataforma giratória no tráfico de seres humanos. O aeroporto de Lisboa funciona como uma das várias escalas dos clientes destes grupos, que normalmente têm como objetivo chegar à América do Norte (Estados Unidos ou Canadá).

A ideia é evitar o controlo terrestre na Europa, usando documentos falsos pertencentes a países do Espaço Schengen ou a países livres de vistos para entrarem neste espaço, e na América do Norte. Israel é um desses países e o Governo desta nação, sabe o CM, reportou internacionalmente o furto e uso de documentos em branco com a sua chancela.

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Basta inscrever nome no passaporte

Fonte policial explicou ao CM que a documentação israelita furtada numa embaixada europeia (passaportes e documentos de identificação) tem o carimbo e o selo oficial, estando o resto em branco. Apesar de serem documentos oficiais, permitem uma adulteração por meios informáticos.

Assim, há registo de que as redes internacionais de tráfico de pessoas limitam-se a inscrever nomes e dados nos passaportes, vendendo-os às vítimas.

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