Há quatro centros de acolhimento para vítimas deste flagelo em Portugal.
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Portugal acolhe atualmente cerca de vinte vítimas de tráfico humano, algumas delas crianças, de redes criminosas que mudam constantemente de locais e de métodos, o que esconde a dimensão verdadeira do crime, afirmaram esta quinta-feira especialistas.
A secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, disse à agência Lusa que "Portugal é essencialmente um país de destino e de passagem" de redes de tráfico, mais do que país de origem de pessoas traficadas. Dos 175 casos de tráfico identificados no Relatório Anual de Segurança Interna, só 25 se referiam a cidadãos portugueses
A rede de apoio existente concentra-se em identificar casos e acolher vítimas, bem como em ajudá-las a reconstruir a sua vida depois de sofrerem a "exploração contínua" que lhes marca a vida "de forma vil" às mãos dos traficantes, na maior parte dos casos mulheres usadas para exploração sexual.
Rosa Monteiro afirmou que há "uma forte dimensão de género" no tráfico e que 71% dos casos registados internacionalmente são de exploração sexual, mas há também pessoas que são vítimas de exploração laboral ou obrigadas a mendigar.
Atualmente, há quatro centros de acolhimento para vítimas de tráfico em Portugal, um deles especialmente criado para receber crianças, nos quais residem cerca de 20 pessoas.
Na hora de saírem das casas de acolhimento, as pessoas são apoiadas "para reconstruírem as suas vidas onde quiserem": quer para ficarem em Portugal, agilizando o processo de naturalização, quer para regressarem aos seus países de origem.
O relator nacional para o tráfico de seres humanos, Manuel Albano, afirmou que se desconhece "a real dimensão do problema", uma vez que "está sempre a mudar" quer o caminho feito pelas redes de tráfico quer a maneira como aliciam e mantêm coagidas as vítimas.
Usando o engano ou a coação, as redes de tráfico aliciam muitas vezes com promessas de emprego, mas garantem depois o domínio sobre as vítimas, retirando-lhes documentos e obrigando-as a vários tipos de exploração para tirarem daí lucro.
A portuguesa Joana Wrabetz, da agência das Nações Unidas para a criminalidade e o tráfico de droga, afirmou que "o número de condenações" pelo crime de tráfico de seres humanos é "ainda reduzido" e que os caminhos das redes "confundem-se com os fluxos migratórios regulares", pelo que é fácil que situações de crime passem despercebidas.
Manuel Albano referiu que a formação de setores que podem entrar em contacto com vítimas de tráfico, das autoridades policiais como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras aos setores médico e judicial, é essencial e um dos eixos do plano nacional contra tráfico de pessoas.
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