A edição de hoje
João Cipriano confessou o crime e afirmou-se "arrependido".
João Cipriano, 45 anos, confessou esta segunda-feira no Tribunal de Leiria ter disparado quatro tiros de caçadeira com os quais acabaria por matar o vizinho, Ilídio Pedro, de 73 anos. O crime aconteceu a 27 de abril último, ao final da tarde, no terreno da vítima. "Fui lá para o assustar e atirei para o trator. Não queria matá-lo", alegou João Cipriano, perante o coletivo que começou esta segunda-feira a julgá-lo, justificando que "não estava bem e tinha bebido".
O arguido mostrou-se arrependido pelo crime. "Se voltasse atrás, não o fazia", afirmou. Negou ainda ter vigiado o vizinho durante dias antes de o matar, contrariando o que anteriormente tinha admitido à PJ, declarações que, de resto, afirmou não se lembrar de ter proferido.
Um desentendimento por causa de uns terrenos está, segundo o arguido, na origem do crime. "Ele (Ilídio Pedro) dizia- -me: o terreno é meu e há de ser meu", contou. Mas a maior parte das testemunhas, incluindo a mulher da vítima, negou ter conhecimento dessa disputa pelos terrenos. As testemunhas descreveram João Cipriano como uma pessoa "conflituosa" e de quem tinham "medo". Uma das vizinhas disse que desde que o homem está preso a vida, em A-dos-Pretos " é um paraíso".
Um dos inspetores da Polícia Judiciária de Leiria responsável pela investigação contou que Ilídio Pedro foi atingido na perna, nas costas e na cabeça, mostrando-se convicto de que os disparos foram feitos "com intenção de lhe provocar a morte". Contou ainda que, quando foi detido, o arguido se encontrava "calmo" e "até parecia orgulhoso do que tinha feito".
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