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Banqueiro envolve Proença de Carvalho

Carlos Silva diz que não ofereceu emprego mas admite que fez a ponte com o advogado.

09 de maio de 2018 às 08:34

O banqueiro Carlos Silva reitera que nada tem a ver com o contrato de trabalho que levou Orlando Figueira a sair da magistratura, mas admite que tenha sugerido que ele tratasse de um diferendo laboral com o advogado Daniel Proença de Carvalho.

Confrontado pela defesa de Manuel Vicente, o ex-vice-presidente de Angola acusado de corromper o procurador e de o ter contratado, o luso-angolano afirmou que "deve haver por aí uma agenda escondida" para o tentar envolver no processo.

Orlando Figueira, que responde por corrupção passiva, garante que houve um "acordo de cavalheiros" com o banqueiro e o advogado para pagar inicialmente o seu silêncio.

Esta não é a primeira vez que o alegado envolvimento do banqueiro e do advogado é trazido para o julgamento da Operação Fizz. Iglésias Soares, administrador do BCP, revelou que Carlos Silva lhe recomendou que o magistrado, na altura funcionário do BCP, procurasse o advogado Proença de Carvalho.

Numa inquirição que levou Carlos Silva a exaltar-se várias vezes e a ser mesmo chamado à atenção pelo juiz Alfredo Costa, foi perguntado ao banqueiro se mantinha uma "má relação" com o ex-presidente do BES Angola, Álvaro Sobrinho - que foi investigado por Orlando Figueira no DCIAP. Visivelmente irritado, Carlos Silva começou por responder que não comentava. Depois classificou a relação como "profissional e formal".

"Uma má relação não é verdade", rematou. O presidente do Banco Privado Atlântico e vice-presidente do BCP continua a ser ouvido esta quarta-feira

PORMENORES

Iliba Carlos Silva

Proença de Carvalho garantiu em tribunal que Carlos Silva nada tinha que ver com a ajuda que deu ao procurador na rescisão do contrato em 2015. Negou ainda a existência de um acordo de cavalheiros.

Comitiva de 10

Carlos Silva tem sido acompanhado em tribunal por uma comitiva de cerca de 10 pessoas, que são na maioria angolanos. O luso-angolano é ainda representado pelo advogado Castanheira Neves.

Sugere outro

Carlos Silva disse ainda que, além de Proença, pode ter recomendado o advogado Frutuoso de Melo. O juiz decide esta quarta-feira se haverá a acareação - uma espécie de confrontação - pedida por Figueira.

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