Vítor Panão, de 62 anos, atingiu o filho Nuno, de 27, com um tiro de caçadeira, durante violenta discussão.
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"Amanhã não me venhas buscar. Matei o meu filho, vou entregar-me à polícia." As palavras são de Vítor Panão. Na quinta-feira, ligou para o chefe e confessou-lhe que, instantes antes, tinha atingido o filho com um tiro da caçadeira que tinha ido buscar ao quarto, após mais uma discussão violenta com Nuno, de 27 anos.
Mata filho que o roubava para ir comprar droga
A vítima, que roubaria o pai para comprar droga, foi alvejada à queima-roupa na cabeça, no quintal de casa, em Sesimbra. Dois amigos do jovem chegaram segundos depois, ainda foram ameaçados pelo pai homicida de arma em punho, mas conseguiram acalmá-lo, até à chegada da polícia.
Detido pela Judiciária de Setúbal após entregar-se com a arma do crime, pouco depois das 19h00, o homicida ficou ontem em prisão preventiva.
Segundo testemunhas disseram aos investigadores, as desavenças eram diárias entre Vítor Panão, de 62 anos, e o filho, Nuno Panão, na casa onde viviam os dois desde que a mulher do homicida morreu de cancro há uns anos, nos Pinheirinhos, Azoia. O ambiente tenso terá levado a irmã mais nova de Nuno a deixar o lar.
Nuno, que fazia biscates na construção civil, chegou a ir viver com uma namorada e com os pais dela, mas quando a relação falhou, há cerca de três anos, regressou à casa do pai, funcionário do Serviço de Trânsito da Câmara de Sesimbra. O homem não se conformava com o vício da droga do filho, que o roubava. Quinta-feira, Nuno disse ao pai que um amigo iria dormir em casa. O progenitor perdeu a cabeça, discutiu com o filho e foi insultado. Ficou de tal forma afetado que foi ao quarto, sacou da arma, voltou ao quintal e disparou a matar.
Quando o amigo, acompanhado por outro, chegou, Nuno estava morto, aos pés do pai.
PORMENORES
Alerta 112 e pânico
O alerta chegou às autoridades via 112, dado por um dos amigos da vítima depois do crime.
Óbito no local
Oito operacionais, entre Bombeiros de Sesimbra, INEM e GNR, acorreram ao local, onde foi declarado o óbito.
Caçadeira legal
A arma usada no crime era legal e pertencia ao homicida, que a entregou às autoridades.
Cinco irmãos e uma funerária histórica em Sesimbra
Vítor tem quatro irmãos. Vivem em Sesimbra, onde a família Panão é conhecida - o pai foi durante anos dono da única funerária que existia na região e que deixou aos filhos quando morreu. Após desentendimentos, um irmão e um cunhado do homicida ficaram com a funerária. Outra irmã e o marido vivem da pesca.
Choque e dor nas redes sociais
A notícia do crime espalhou-se rapidamente e ao longo da noite e do dia de ontem familiares e amigos publicaram fotos e vídeos com mensagens de apoio em homenagem a Nuno.
DISCURSO DIRETO
Paulo Sargento, psicólogo
"Houve raiva incontida"
CM - Problema da droga ajuda a explicar este crime?
Paulo Sargento - Em parte, pode ajudar-nos a entender o que se passou, mas é necessário recordar que existem numerosos casos em que os toxicodependentes roubam os pais e a situação não termina desta forma trágica.
CM - A discussão levou ao crime. É um ato por impulso?
Paulo Sargento - Sim, é muito provável que tivesse havido elevadíssimo descontrolo dos impulsos e, especialmente, raiva incontida. Nestas situações, algumas discussões funcionam como a gota que faz transbordar o copo.
CM - Há arrependimento nestes casos?
Paulo Sargento - Na maior parte das vezes. A generalidade dos seres humanos não está preparada para eliminar as suas próprias crias.
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