Vandalismo abrandou e foi substituído por protestos.
Márcio, de 19 anos, não concordava com a participação de dois amigos nos distúrbios de segunda-feira, na avenida da Liberdade, em Lisboa, onde terão apedrejado elementos da PSP.
Os diferentes pontos de vista originaram uma troca de insultos entre os jovens, que combinaram encontrar-se na noite de quinta-feira para debater o assunto. Sem que nada o fizesse esperar, Márcio foi esfaqueado pelos amigos Quévin e Kayo, quando estes chegaram ao prédio onde mora a vítima. O jovem está em estado grave.
Os dois agressores, ambos de 17 anos, acabaram detidos pela PSP já em Chelas, onde moram na zona J. Não terão gostado das críticas do amigo e atacaram-no à facada.
Márcio sofreu seis golpes profundos no abdómen, tórax e rins e foi operado de urgência no Hospital de Santa Maria. O ataque teve lugar pelas 22h00, na rua Vasco da Gama Rodrigues. Também o irmão da vítima foi atacado a soco pelos agressores, quando procurou socorrer o familiar. Foi ele que acabou por dar o alerta à PSP.
Esta sexta-feira a onda de vandalismo nos bairros da Grande Lisboa abrandou e foi dia de protestos e apelos com a realização de duas manifestações de mensagens opostas. No Seixal, criticou-se a brutalidade policial e pediram- -se habitações condignas.
A manifestação decorreu junto à câmara e reuniu cerca de 100 pessoas, a maioria ativistas e representantes de associações, mas também alguns moradores do bairro da Jamaica, onde domingo a polícia foi chamada para uma rixa entre duas mulheres, mas foi recebida à pedrada, e envolveu-se em confrontos com outros moradores.
A manifestação foi organizada através das redes sociais e não contou com a Associação para o Desenvolvimento Social de Vale de Chícharos, que representa os moradores do Jamaica. Ainda assim, o protesto decorreu de forma pacífica, sob o olhar de dezenas de elementos da PSP.
Mais tarde, no Terreiro do Paço, em Lisboa, foi a vez do PNR reunir alguns militantes e mostrar desagrado em relação à posição do Bloco de Esquerda. A concentração decorreu também sem desacatos.
"Deve ser pela cor da minha pele que me pergunta se condeno"
"Deve ser pela cor da minha pele que me pergunta se condeno ou não condeno." São palavras do primeiro-ministro, António Costa, dirigidas à líder do CDS-PP, Assunção Cristas, esta sexta-feira, no debate quinzenal, no Parlamento, após ser questionado sobre os atos de vandalismo da última semana.
Na troca de acusações sobre a violência na Grande Lisboa, o primeiro-ministro insinuou que Assunção Cristas estava a ser racista quando lhe perguntou se condena os ataques a esquadras da polícia e caixotes do lixo e se "defende a autoridade da polícia". Quando voltou a tomar a palavra, Cristas disse apenas: "Não respondo ao seu comentário. Fiquei com vergonha alheia."
O chefe do Governo prometeu continuar o que está a ser feito: realojamento das famílias, reforço de homens, meios, equipamentos e instalações das forças de segurança.
Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, rejeitou generalizações sobre vandalismo ou más práticas policias: "O PCP não alimentará correntes de generalização que aproveitam ações e comportamentos individuais para promover sentimentos racistas e xenófobos contra comunidades cujos direitos devem ser respeitados.
Recusamos igualmente alimentar outras correntes que aproveitam situações de uso da força por parte das forças de segurança para lançar sobre todos os profissionais rótulos injustos."
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