Trabalhadores defendem algumas medidas para que a empresa se adapte ao novo quadro de mobilidade que foi aprovado.
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Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa reuniram-se esta terça-feira de manhã à porta das instalações da empresa em Carnide, depois de a administração ter impedido a entrada de representantes do PCP e do PAN, convidados para a reunião.
As organizações representativas dos trabalhadores (ORT) do Metropolitano de Lisboa agendaram para esta terça-feira uma reunião, na qual convidavam a estar presentes os partidos com assento parlamentar, a fim de explicarem que a empresa "não está verdadeiramente empenhada" em aplicar aquilo que consideram como "medidas essenciais", face ao aumento de utentes, na sequência dos novos passes sociais.
O porta-voz da comissão de trabalhadores, Paulo Alves, avançou à Lusa que os trabalhadores defendem algumas medidas para que a empresa se adapte ao novo quadro de mobilidade que foi aprovado, e começou a funcionar em 01 de abril, "no sentido de dar a melhor resposta".
"A empresa não está a conseguir adaptar-se no sentido de dar a melhor resposta e defendemos que a deve dar, e rapidamente, contando com os trabalhadores hoje assim como contou no passado", frisou Paulo Alves.
Para o porta-voz da comissão de trabalhadores, algumas medidas apontadas durante a reunião em que participaram o deputado do PCP, Bruno Dias, e Nelson Silva, em representação do deputado do PAN André Silva, passam pelo reforço do aumento de trabalhadores nas estações e o aumento da velocidade circulante.
Paulo Alves frisou que as ORT e os vários sindicatos não defendem "um aumento exponencial", mas um aumento que consideram "necessário para garantir que cada estação tem um trabalhador e que os comboios que têm disponíveis estão todos a circular e ao serviço dos utentes".
"Defendemos que é possível e necessário aumentar o número de quilómetros, já que o material circulante tem capacidade para funcionar a 60 km/hora, porque permite aumentar o número de circulações de modo significativo, pois sabemos que não podemos ir ao mercado buscar um comboio para o pôr a circular amanhã, não é possível", explicou.
O responsável lembrou que o metropolitano sempre funcionou a 60 km/hora, mas que, há alguns anos, "por medidas internas de gestão da empresa, deixou de funcionar e passou para 45 km/hora".
Paulo Alves lembrou que administração da empresa pode contar com os trabalhadores para colocar em prática estas medidas, recordando o que se passou quando faltaram bilhetes no passado e os trabalhadores foram mobilizados para trabalhar ou a situação dos 'bogies' (espécie de chassis do comboio), em que tiveram de trabalhar, durante mais de um ano, aos sábados só com uma folga por semana.
Quanto ao facto de a empresa ter impedido a realização da reunião nas instalações, já que não permitiu a entrada dos deputados convidados, o porta-voz da comissão de trabalhadores explicou que os ORT fizeram os procedimentos habituais.
"De vez em quando temos surpresas destas não muito agradáveis. Na prática, aquilo que a empresa estava a tentar era impedir de tonar públicas as nossas opiniões, sugestões, propostas para uma empresa melhor", frisou Paulo Alves, lembrando que ninguém está a pedir "aumentos salariais" ou para "trabalhar menos horas".
"Não é disso que estamos a tratar, estamos a dizer que estamos empenhados em prestar o melhor serviço como estivemos no passado", reiterou.
Bruno Dias, deputado do PCP, respondeu ao convite das ORT e marcou presença na reunião, considerando tratar-se "de uma forma estranha de uma empresa comemorar a data que se aproxima, os 45 anos de Abril", defendendo ser "necessário valorizar" a situação "sui generis" que aconteceu.
O deputado do PCP lembrou que a questão central com que saiu do encontro foi saber "a coerência e a veracidade daquilo que é anunciado pelos políticos e o que é praticado pela administração da empresa".
Bruno Dias referia-se à informação adiantada na reunião por um dos sindicalistas de que os 5% de composições a circular desde a entrada em vigor dos novos tarifários anunciados pelo Governo "deviam ser as 10 circulações a mais que se estão a fazer na Linha Amarela".
"Aquilo que me parece é que há algum interesse em que as coisas não pudessem correr pelo melhor e a colocar entraves, e outros que defendem as empresas que são os trabalhadores", disse, afirmando que irá fazer um ponto da situação e questionar o Ministério do Ambiente.
Por seu turno, Nelson Silva, em representação do deputado do PAN André Silva, reconheceu que o metropolitano sempre foi para si "um serviço de excelência que mudou ao virar do século", mas aquilo que ouviu esta terça-feira alertou-o para o facto de não se poder "permitir que a empresa esteja a ser alvo de desvinculação interna para privatizar num futuro".
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