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Hacker Rui Pinto regressa a tribunal para mais uma sessão do julgamento do caso Football Leaks

O criador do 'Football Leaks' encontra-se em liberdade desde 7 de agosto.

29 de abril de 2021 às 11:34
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Hacker Rui Pinto regressa a tribunal para mais uma sessão do julgamento do caso Football Leaks

Esta quinta-feira regressa ao banco dos réus o denunciante Rui Pinto, no julgamento do processo Football Leaks. Deverão ser ouvidas as testemunhas do hacker nomeadamente jornalistas, comentadores e Francisco Louçã (ex-coordenador do Bloco de Esquerda).

Pedro Bragança, comendador do Porto canal, foi o primeiro a ser ouvido. O comentador diz que "há um antes e depois do Football Leaks". 

"O Football Leaks veio iluminar uma parte desconhecida e opaca do futebol. Os relatórios e contas dos clubes trazem alguns nomes, mas aquilo que se passou a saber pelo Football Leaks foi a participação de uma série de atores que eram até então desconhecidos", referiu a testemunha arrolada pela defesa de Rui Pinto.

A testemunha admitiu em tribunal que já conheceu pessoalmente Rui Pinto e assegurou que o criador do Football Leaks nunca lhe revelou como é que teve acesso aos documentos.

Também Francisco Louçã, ex-coordenador do Bloco, foi ouvido em tribunal. A defesa de Rui Pinto pretende chamar a atenção para o interesse público e, nesse âmbito, Louçã aborda o caso Luanda Leaks.  Afirma que "o Luanda Leaks foi um ponto de partida para as autoridades dos partidos interessados". 

"O Luanda Leaks abriu uma luz numa sala que estava às escuras, forneceu às autoridades angolanas informação de grande valor para promover a sua própria investigação", defendeu.

O conselheiro de Estado afirmou ainda que os Luanda Leaks revelaram ainda a "opacidade dos movimentos" das empresas de Isabel dos Santos e caracterizou-o como o "mapa do tesouro". 

"A experiência indica que não há investigação ao crime económico sem uma informação como ponto de partida", defende. Recorde-se que Rui Pinto já assumiu ser a fonte do caso Luanda Leaks.

Louçã confirma ainda que quando publicou, em 2020, uma edição revista do seu livro, utilizou informação divulgada pelos Luanda Leaks.

Rui Pinto, de 32 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do 'Football Leaks' encontra-se em liberdade desde 07 de agosto, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

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