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Dois irmãos e duas empresas acusados de tráfico de pessoas no Baixo Alentejo

SEF refere que deduziu acusação aos quatro arguidos "por fortes indícios da prática" dos crimes.

09 de setembro de 2021 às 16:27
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Dois irmãos e duas empresas acusados de tráfico de pessoas no Baixo Alentejo

Dois irmãos e duas empresas que terão explorado trabalhadores agrícolas imigrantes no Baixo Alentejo são acusados pelo Ministério Público de crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos, foi esta quinta-feira divulgado.

Os dois irmãos, oriundos do leste da Europa, e as duas empresas também são acusados de crimes de associação de auxílio à imigração ilegal, refere o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Em comunicado, o SEF refere que, na sequência de uma investigação por si realizada, o Ministério Público, através do Departamento de Investigação e Ação Penal de Évora, deduziu acusação aos quatro arguidos "por fortes indícios da prática" daqueles crimes e propôs ainda a aplicação da pena acessória de expulsão de território nacional aos dois irmãos.

Segundo o SEF, os dois irmãos "aliciaram dezenas de compatriotas de baixa condição económica para trabalhar em Portugal no setor agrícola" e "diligenciavam pelo seu transporte até várias localidades do Baixo Alentejo", onde os conduziam "a locais de alojamento com condições de habitabilidade precárias e sobrelotadas".

Tendo contratado a prestação de trabalho com proprietários de herdades, os dois irmãos "angariavam, controlavam e exploravam os estrangeiros, visando obter elevados lucros financeiros com essa atividade, a despeito dos direitos dos trabalhadores".

Por norma, os dois irmãos "não celebravam contratos de trabalho" com as vítimas e colocavam-nas "a exercer funções agrícolas, mantendo-as a viver em condições desumanas".

Também lhes descontavam do vencimento acordado o pagamento das rendas das casas onde pernoitavam, o transporte para os locais de trabalho e as despesas com alimentação, água, luz e gás.

Por outro lado, continua o SEF, os dois irmãos não pagavam às vítimas horas extraordinárias, subsídios de férias e de Natal, "nem lhes reconheciam o direito ao gozo de férias remuneradas".

"Em inúmeros casos, perante o protesto dos trabalhadores, estes foram ameaçados pelos arguidos, agredidos fisicamente e expulsos das habitações, tendo sido deixados sem alojamento e sem alimentação", refere o SEF.

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