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Escândalos sexuais abalam igreja. Há mais um caso a ser investigado na diocese de Viseu

Foram feitas várias denuncias por alegado assédio e abusos sexuais protagonizados por sacerdotes, mas apenas dois estão sob investigação.

15 de outubro de 2021 às 01:30

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“Mais uma vez, estamos todos envolvidos em mais um escândalo. A Igreja e as pessoas com maior responsabilidade têm de resolver estes casos de forma mais transparente e rápido possível”, disse quinta-feira ao CM um padre, “muito indignado” com o novo caso que, diz, “coloca todos em causa”. O mesmo sacerdote deixa, no entanto, um elogio ao comportamento de D. António Luciano, bispo de Viseu, que mal soube do caso e da denúncia que o sustentava, o considerou “demasiado grave” e agiu de forma provisória “sem contemplações”.

O padre Luís é suspeito de ter assediado e enviado mensagens de telemóvel, algumas de cariz sexual, a um menor de 14 anos. O caso aconteceu em finais de março, dias depois de um convívio onde estiveram amigos do sacerdote e dos pais da vítima, que reside numa localidade próxima daquela onde o suspeito era pároco. Os pais denunciaram o suspeito à diocese e às autoridades, com a PJ já a investigar. Perante a suspeita, o padre visado pediu de imediato uma licença sabática durante um ano, mas o bispo de Viseu foi mais longe e suspendeu-o de todas as funções em que representava a Igreja. Comunicou ainda o caso a Roma via Núncio Apostólico.

PORMENORES

Investigação dupla

O caso do padre Luís está a ser investigado em duas frentes. Pela Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da Diocese de Viseu e pelo Ministério Público. A PJ está a ultimar uma proposta de acusação para o padre.

Refúgio em casa dos pais

O padre suspeito é conhecido em Viseu por fazer uso diário do cabeção - espécie de colarinho branco usado pelos sacerdotes - e por ter por hábito circular num carro da marca Mercedes. Agora, está a viver na casa dos pais, onde procurou refúgio depois da polémica ser conhecida.

Fez trabalho “muito meritório” no Vaticano

O padre suspeito esteve vários anos em serviço no Vaticano, em Roma, e lá realizou um trabalho “muito meritório e elogiado pelos seus pares”. “Podia ter feito carreira no Vaticano, mas quis regressar à sua terra e ter paróquias”, revela um padre, seu amigo.

Governante ataca “falácia do espantalho”

O secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, escreveu no Facebook que, no que respeita aos casos de abusos sexuais cometidos por clérigos, a Igreja prefere a “falácia do espantalho” e “levantar a poeira noutros setores” em vez de “olhar para dentro e agir”.

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