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Ministério Público diz que “Pinho mercadejou cargo de ministro”

Manuel Pinho vai regressar a tribunal na próxima sexta-feira, para continuar a prestar declarações.

10 de outubro de 2023 às 10:47
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Ministério Público diz que “Pinho mercadejou cargo de ministro”

Já terminou a primeira sessão de julgamento do caso EDP, que decorreu esta terça-feira no Campus de Justiça, em Lisboa. O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, esteve presente, como um dos principais arguidos do processo. A sessão, que durou cerca de cinco horas, ficou marcada pelas explicações, desabafos e comentários do antigo ministro da Economia, que fizeram com que a juíza o chamasse várias vezes à atenção. 

Manuel Pinho vai regressar a tribunal na próxima sexta-feira, para continuar a prestar declarações.

O tribunal procurava entender como é que o antigo ministro da Economia explicava os alegados subornos de Ricardo Salgado e do Banco Espírito Santo. Manuel Pinho justificou afirmando que se tratavam de prémios e de complementos salariais, que eram pagos por fora, de modo a conseguir fugir aos impostos. Uma prática que Pinho garante que era normal e recorrente no banco liderado, à data, por Ricardo Salgado. 

"O Ministério Público pretende provar que Manuel Pinho fez um acordo com Ricardo Salgado para manter-se ao serviço do GES e, enquanto ministro da Economia, tomar decisões em função do BES e de clientes do banco. Pinho mercadejou o cargo", afirmou esta terça-feira o procurador Rui Batista no início da primeira sessão de julgamento do caso EDP. Para o magistrado, não há dúvidas que de Pinho foi corrompido pelo ex-presidente do BES. "As contrapartidas foram um pagamento de 15 mil euros mensais, um pagamento de 500 mil euros e um conjunto de outros benefícios"

O ex-ministro da Economia, que está a ser julgado pelos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais e fraude fiscal, está presente em tribunal. Assim como sua mulher, também arguida. Durante a sessão, Manuel Pinho dirigiu a palavra à mulher para pedir-lhe desculpa, uma vez que considera que esta foi arrastada para o processo por estar casada com ele.

Na mesma sessão, o advogado de Pinho, Ricardo Sá Fernandes, já refutou o pagamento de subornos. "O que nos propomos provar em julgamento é que não houve benefícios atribuídos a Manuel Pinho enquanto ministro", referiu o advogado, que lembrou que Pinho é o primeiro membro de um Governo a ser julgado por corrupção.

José Sócrates foi acusado de corrupção, no caso Marquês, mas ainda não foi a julgamento.

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