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Artigo exclusivo

Pai de Joana Amaral Dias foi 'envenenado' sete vezes

Susana Quintas terá começado a administrar medicamentos ao marido sem o seu consentimento cinco anos após o casamento.

16 de outubro de 2023 às 01:30

Em duas ocasiões foi Joana Amaral Dias que o socorreu, após o alerta da empregada interna. De acordo com o MP, Susana Quintas terá começado a dar fármacos ao marido, sem o seu conhecimento ou consentimento, cinco anos após o casamento (casaram em 1999). Primeiro dava-lhe Haldol (utilizado no tratamento da esquizofrenia) “dissimulado na sopa”. A acusação cita uma antiga empregada interna, Elza Monteiro, que garantiu que Susana Quintas lhe entregou um frasco com a indicação que devia colocar “cinco gotas no café” de Amaral Dias, medicamento prescrito pelos médicos mas que “ele não podia saber”. Mais tarde, mandou-a aumentar a dose para “8 a 10 gotas, o que a empregada se negou a fazer”. Foi esta que alertou os filhos mais velhos do patrão para o estado em que o pai ficava, sobretudo após o fim de semana, que coincidia com as suas folgas e também com a ausência da secretária pessoal do psicanalista e do seu motorista. “Na altura foi um choque. Não se pode drogar as pessoas às escondidas”, afirmou Joana Amaral Dias à ‘Sábado’. “É ilegal e antiético”, reiterou a psicóloga.

Carlos Amaral Dias repartiu fortuna pelos herdeiros

Em novembro de 2016, aos 70 anos, e após sofrer um AVC (em 2012, que o deixou em condições de saúde mais débeis), Carlos Amaral Dias repartiu parte do seu património pelos herdeiros.

De acordo com a ‘Sábado’, doou à mulher e aos três filhos mais velhos, Joana, Leonor e Henrique, fruto do seu primeiro casamento, vários imóveis espalhados pelo País: um apartamento na Figueira da Foz (com o valor patrimonial de 68 830 €); um apartamento na Rua Luciano Cordeiro, em Lisboa (92 530 €); um escritório na Rua dos Douradores em Lisboa (92 329 €); uma moradia em Quarteira, no Algarve (144 040 €); e um nono de dois apartamentos no Carvoeiro. Na divisão, Susana Quintas, com quem casou em 1999 em regime de separação de bens, ficou com uma proporção de 40%, uma vez que a filha de ambos, Carlota, era menor. Henrique, Joana e Leonor Amaral Dias ficaram com 20% cada um. De fora da doação ficaram as contas bancárias e a casa onde o casal vivia, na Avenida Duque de Loulé, Lisboa, cuja propriedade foi passada em vida para a viúva do psicanalista.

A relação de Susana Quintas com o filho de Carlos Amaral Dias era boa, mas com as filhas Leonor e Joana, nem por isso. Joana Amaral Dias é a única assistente no processo e pede uma indemnização cível de 50 mil euros.

Além do dinheiro ganho com as consultas, as aulas na faculdade, os livros, as palestras, as colaborações na comunicação social ou com a direção do Instituto Superior Miguel Torga, em Coimbra, Carlos Amaral Dias herdou uma fortuna familiar, já que era filho único e os avós tinham sido proprietários da Sanfil – Casa de Saúde de Santa Filomena, um hospital privado em Coimbra.

Empregada sofre represálias

Elza Monteiro, a empregada que denunciou aos três filhos mais velhos de Amaral Dias a situação em que este se en- contrava, acabou por sofrer na pele as consequências. Segun- do o MP, a mulher do psicanalista quis obrigá-la a demitir-se, o que não aconteceu imediatamente mas acabaria por tornar-se inevitável: “A arguida deixou de lhe dirigir a palavra, comunicando através de bilhetes que deixava manuscritos, agudizando-se a situação de tal modo que acabou por solicitar o fim da prestação de serviços à família.”

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