Centenas de fiéis encheram as ruas de Cacilhas durante a tarde de ontem para assistir e acompanhar a procissão em honra de Nossa Senhora do Bom Sucesso, uma cerimónia que se cumpre desde 1756 e que este ano assinalou, por isso, 250 anos.
A procissão realiza-se todos os anos, a 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos, como forma de agradecimento à santa padroeira da localidade que, segundo os devotos, evitou, por milagre, que Cacilhas fosse arrasada pela fúria das águas do Rio Tejo, no terramoto que atingiu Lisboa em 1755. Motivo mais que suficiente para que os populares lhe estejam eternamente gratos.
Maria Amélia Duarte, 56 anos, acompanhou a cerimónia a par e passo e, para mostrar a sua gratidão à Virgem, arrumou os sapatos na mala para durante as duas horas de caminhada percorrer as ruas de Cacilhas, onde vive, de pés descalços. “Foi um milagre, um milagre”, repetia com convicção. “A Nossa Senhora do Bom Sucesso merece o Mundo”, acrescenta ainda. Outra devota, Maria dos Anjos, 64 anos, veio da Sobreda da Caparica até Cacilhas para acompanhar a procissão. “É um momento muito especial”, justifica. Sozinha, com um terço numa mão e uma vela na outra, rezou fervorosamente ao longo de toda a caminhada. “É por uma boa causa”, diz, esforçando-se para que as palavras não acusem o cansaço, embora, dez minutos depois, o corpo tenha acabado por ceder e Maria dos Anjos se tenha encostado a um dos carros estacionados na berma.
PERCURSO
Ao som da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, a imagem da Virgem saiu, como é habitual, da Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso e percorreu as principais ruas da freguesia. No final, foi levada para a beira-rio e foi virada de frente para a cidade de Lisboa, para se desenrolar o ritual da bênção, este ano, sob a voz do Bispo de Setúbal, D. Gilberto dos Reis.
“Quando olhei a multidão, lembrei-me obviamente do terramoto, mas também daquilo que considero fundamental e que nos traz aqui: a Igreja tem a missão de tornar presente o rosto e a mensagem de Jesus Cristo”, afirmou.
Para além dos fiéis que percorreram as ruas a pé, muitos foram os curiosos que assistiram à procissão a partir das janelas das suas casas, onde se destacavam as colchas brancas, tradição que a vizinhança cumpre desde sempre neste dia.
De regresso à confusão das centenas de fiéis que preferiram não perder nenhuma fase da cerimónia, duas mulheres insistiam na máxima de que “a tradição já não é o que era”. Mas, daquilo que se viu, não foi isso que pareceu.
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