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47 detidos pela PJ por fazerem 531 vítimas em burla com a Segurança Social Direta

Vítimas especialmente vulneráveis ficaram sem 228 mil euros. Valores podem ainda aumentar.

25 de junho de 2025 às 12:44
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47 detidos pela PJ por fazerem 531 vítimas em burla com a Segurança Social Direta

A Polícia Judiciária deteve esta quarta-feira 47 pessoas, em Lisboa, Porto, Coimbra, Setúbal e Bragança, numa operação contra burlas informáticas no serviço Segurança Social Direta. Foram já identificadas, refere a PJ, 531 vítimas, lesadas em 228 mil euros - mas o número de burlados e o montante podem aumentar.

De acordo com a PJ, a investigação da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) culminou na operação 'Constelações', com 51 buscas domiciliárias e a detenção de, inicialmente, 45 suspeitos dos crimes de associação criminosa, burla informática, falsidade informática e acesso ilegítimo e indevido. Entretanto, a Polícia Judiciária (PJ) deteve mais duas pessoas no âmbito da mesma investigação.

"De acordo com a investigação desenvolvida, pelo menos desde junho de 2024, a organização, constituída por vários grupos com ligações entre si, conseguiu aceder ilegitimamente às contas pessoais de centenas de utentes do serviço Segurança Social Direta e proceder à alteração do IBAN que estava registado para recebimento de diferentes prestações sociais (pensão de velhice, subsídio de desemprego, subsídio de doença, rendimento social de inserção e abono de família), que passaram a ser transferidas para contas bancárias controladas pelos suspeitos", descreve a PJ.

"Há um conjunto de indivíduos que lideravam estes grupos, que tinham conhecimento dos dados que motivavam a alteração na Segurança Social e iam procurar as chamadas 'money mules', que disponibilizavam o dinheiro. E o contacto direto que era feito entre os líderes destes grupos era com estas pessoas que se disponibilizavam a receber o dinheiro. A interligação era feita entre os chamados angariadores de cada um dos grupos, para um bolo comum, digamos assim", explicou Carlos Cabreiro.

A PJ destaca que muitas das vítimas são "especialmente vulneráveis, que necessitavam daqueles rendimentos para sua sobrevivência".

Na sequência das buscas domiciliárias procedeu-se à apreensão de equipamentos informáticos, documentação bancária e telemóveis.

Os detidos, 35 homens e 10 mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 39 anos, serão presentes à autoridade judiciária competente, no Ministério Público.

"Posso avançar que, neste momento, já existem mais dois detidos, além dos 45 que foram detidos inicialmente. E as investigações prosseguem e tencionamos, provavelmente, no próximo dia, nas próximas horas, avançar com mais detenções", disse o diretor da UNC3T.

"Há aqui várias perspetivas e linhas de investigação que nós não podemos desprezar, porque é preciso perceber se estes dados foram colhidos junto das vítimas, se estes dados saíram, eventualmente, de um compromisso interno, ou, naturalmente, não desprezamos de igual forma, que tenha havido um ciberataque sobre as infraestruturas da Segurança Social e que uma base de dados com 'usernames' e com 'passwords' pudessem ter sido expostas na internet ou na 'dark web'", disse aos jornalistas o diretor da unidade da PJ responsável pela investigação.

A investigação, que se iniciou em setembro de 2024 e se reporta a factos desde junho desse ano, tem por base uma denúncia da própria Segurança Social e dos lesados pelo esquema criminoso, juntando à investigação um "conjunto vasto de outras participações, de outros inquéritos, que resultavam das participações das vítimas".

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