As tradições ainda são o que eram. Na Universidade de Coimbra, os ‘rasganços’ continuam a fazer-se. Umas vezes em grupo, outras individualmente, a verdade é que os estudantes que vivem as tradições académicas não se esquecem de rasgar um traje que os acompanhou ao longo dos anos do curso.
O ‘rasganço’ de toda a indumentária académica – com excepção para a capa e a pasta académica, que acompanham o resto da vida do antigo estudante – está associado ao final dos estudos. Apesar de serem menos os estudantes que fazem o ‘rasganço’, devido ao peso sentimental atribuído ao traje, a tradição coimbrã permanece viva.
TEMPO PARA TUDO
Natural de Coimbra, Ana Janine, de 23 anos, sempre conviveu de perto com as tradições coimbrãs. O curso de Direito foi concluído nos cinco anos da licenciatura, mas a ex-aluna não deixou de participar na tradição académica e fez parte da Tuna das Mondeguinas, do Orfeão e da Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra.
“Há tempo para tudo”, referiu Ana Janine, que se mostrou muito feliz com a possibilidade de viver o último acto da vida académica. “Só se passa por isto uma vez e é único. É tudo isto que torna a Universidade de Coimbra o que é”, acrescentou.
Jorge Lucas, de 23 anos, também foi rasgado. A licenciatura em Direito, completada em cinco anos, já ficou para trás. O estágio de advocacia é a etapa que se segue. O futuro é já ali, mas o antigo estudante prefere não fazer prognósticos. Ainda assim, deixa escapar que gostava de tentar a Magistratura.
O ‘rasganço’ é visto por Jorge Lucas como “o fim da vida académica enquanto estudante”. “Sinto um misto de mágoa por deixar para trás os melhores anos da minha vida e alegria por ver acabar mais uma etapa e preparar-me para começar outra”, assegurou.
Fernando Rodrigues concluiu a licenciatura em Direito com 55 anos. Apesar de não fazer ‘rasganço’, o inspector das Finanças aposentado considera “fundamental divulgar esta tradição para que os jovens que se seguirem mantenham as tradições de Coimbra, que são únicas”.
DIFERENÇA ENTRE SEXOS
O ‘rasganço’ é o último acto oficial numa licenciatura. Desde que estejam munidos da capa, os antigos e actuais estudantes da Universidade rasgam o traje académico do recém-licenciado. Os homens ficam apenas com o colarinho e os punhos da camisa, a gravata, as meias e os sapatos.
No que diz respeito às mulheres, funciona exactamente ao contrário. Apenas são rasgadas as meias, os punhos e o colarinho da camisa. Em ambos os casos, a capa e a pasta são os únicos adereços que escapam e ficam como recordação do curso. Este ritual é executado, normalmente pelas pessoas mais próximas do estudante.
FAMILIARES
Os familiares dos estudantes são os convidados especiais para a recta final de um percurso trabalhoso e exigente.
BEBIDAS
As bebidas – alcoólicas ou não, dependendo dos gostos – estão sempre presentes no último acto da vida académica de um licenciado. A festa é até de madrugada.
TRAJE
Os estudantes valorizam muito o traje académico, que os acompanha ao longo da vida universitária. Para muitos, a indumentária fica associada a episódios que serão recordados para sempre.
VETERANOS RECEBEM CALOIROS NA VIDA ACADÉMICA
Algumas dezenas de caloiros foram praxados na sexta-feira no Parque das Nações, em Lisboa, em pelota. Nas últimas duas semanas, milhares de novos alunos das universidades e politécnicos têm sido alvo de praxes em todo o País – na primeira fase ficaram colocados mais de 34 mil caloiros. Dia 16, são afixados os resultados das candidaturas à 2.ª fase.
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