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Agredida pelo marido durante 35 anos

Chicoteava a mulher, queimava-a com isqueiros e chegou a caminhar em cima do corpo.

20 de outubro de 2014 às 09:50

Foram 35 anos de sofrimentos e de pura humilhação. Dentro de quatro paredes, a mulher, hoje com 60 anos, era espancada com violência. O agressor recorria a chicotes e a cintos para bater na companheira. Queimava-a com isqueiros, atirava-lhe objetos à cara e chegou a caminhar sobre o corpo da vítima enquanto aquela estava deitada no chão. O caso foi denunciado no ano passado e o homem começa a ser julgado em novembro no Tribunal de São João Novo, no Porto.

O agressor, de 62 anos, responde por três crimes de violência doméstica: um contra a mulher e os outros cometidos contra as duas filhas, que hoje têm 24 e 29 anos, e que também chegaram a ser agredidas.

As violentas agressões começaram em 1979, quando o casal começou a namorar. Os insultos eram tantos, que a certa altura a vítima fugiu do País e foi viver temporariamente com familiares no Brasil. Regressou pouco depois e à sua espera tinha o agressor, que lhe pediu em casamento e prometeu que iria mudar. Poucas semanas passaram até que a mulher voltasse a ser agredida. A violência era tanta, que muitas vezes a vítima ficava durante vários dias acamada. Chegou também a ser atacada quando estava grávida de cinco meses. Foi empurrada das escadas. Os dois bebés gémeos morreram após o parto.

Um dos episódios mais graves ocorreu em outubro de 2009. O homem – que juntamente com a companheira geria uma farmácia – levou a vítima para um escritório que possuía. Queimou-lhe os dedos com um isqueiro e depois atirou-a ao chão. Obrigou a mulher a ficar quieta enquanto caminhava em cima dela. A vítima ficou uma semana de cama.

A mulher ganhou coragem e em junho do ano passado denunciou o caso à GNR. Entretanto voltou a viver com o marido, mas já em abril deste ano voltou a ser alvo de novas agressões. 

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