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“Agredido e marcado a ferro” em centro juvenil

Detidos três funcionários e a diretora pedagógica do polo de Vila do Conde do Centro Juvenil de Campanhã. Ex-utente descreve ao CM castigos violentos.

31 de outubro de 2013 às 09:24

Três funcionários e a diretora pedagógica do polo de Vila do Conde do Centro Juvenil de Campanhã foram detidos pela GNR por suspeitas de maus tratos e agressões a vários jovens acolhidos na instituição. Os quatro foram ontem levados a tribunal e, embora as denúncias reportem casos desde 2010, um ex-utente disse ao CM que a violência é mais antiga.

"Estive lá de bebé até aos 21 anos e foram 21 anos de sofrimento. Quando nos portávamos mal, éramos levados para a lavandaria, apagavam as luzes, e batiam-nos com toalhas molhadas", contou Filipe Conceição, agora com 23 anos. "Aos 16, um educador marcou-me na barriga com um ferro", acrescentou, reclamando por justiça: "Nunca falámos porque tínhamos medo de ser castigados e marcados."

A operação levada a cabo pelo Núcleo de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) da GNR, anteontem, no polo de Árvore (Vila do Conde) e na sede, em Campanhã, no Porto, resultou de denúncias de uma antiga funcionária.

A diretora pedagógica, Conceição Martins, e três homens - Hugo, Carlos e Nelson – serão suspeitos de castigos excessivos e violência sobre crianças e jovens em risco acolhidos na instituição. Chegaram ao tribunal pelas 16h00 de ontem e ao fecho desta edição continuavam a ser ouvidos por Pedro Miguel Vieira, juiz que ficou conhecido no caso ‘Apito Dourado’. As buscas realizadas tinham já mandados de detenção.

Contactada pelo CM, a direção do centro remeteu para mais tarde qualquer reação.

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